Nosso novo, velho jornalismo...
Relendo o primeiro volume do “Teorias do Jornalismo”, do Nelson
Traquina, me deparei com duas passagens curiosas sob o ponto de vista do
jornalismo que se pratica hoje no Brasil, especialmente nos grotões
onde os poucos leitores e anunciantes são disputados no tapa por jornais
com tiragem indigente e emissoras de TV e rádio onde a notícia é mera
coadjuvante na programação.
A
primeira passagem é uma reflexão sobre “The image of the Journalists in
France, Germany, and England, 1845-1848”, de Leonor O’Boyle, segundo a
qual a nova classe média inglesa no século 19 formou um público que
queria notícias políticas e econômicas, de modo que foi possível a um
jornal diário atrair leitores e anunciantes suficientes para se
auto-sustentarem, sem qualquer dependência de subsídios políticos.
Na segunda passagem, Traquina cita estudos segundo os quais havia, na
França do século 19, pouca publicidade paga e escasso público leitor.
Como consequência, os jornais franceses não conseguiam se transformar em
negócio lucrativos e auto-suficientes. “Permaneciam dependentes
financeiramente dos vários partidos políticos, e assim altamente
politizados e partidários”, afirma o acadêmico português.
Ora,
substituindo a geografia de ambas as citações pelo Mato Grosso do Sul da
atualidade chego a conclusão de que ainda praticamos um jornalismo ao
etilo do século 19.
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