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terça-feira, 1 de julho de 2008

Outros Sentidos

Poesia, fotografia e artes plásticas, três linguagens que costumam caminhar separadas estão reunidas no livro “Outros Sentidos”, lançado no dia cinco de junho de 2008 em sarau no Museu de Arte Contemporânea (Marco), em Campo Grande. A obra traz poemas inéditos do jornalista Victor Barone, fotografias da fotógrafa Elis Regina e nanquins e arte digital de Nanci Silva – que também assina a ousada identidade gráfica do livro.

O livro nasceu de forma singular: Victor é carioca e já sul-mato-grossense. Seus poemas circulavam pela internet e em ambientes literários, mas nunca tinham tomado forma impressa. Elis é fotógrafa consagrada, reconhecida em todo o país e dona de uma sensibilidade ímpar no trato com a imagem. Nanci, por sua vez, é uma apaixonada pelas artes e faz interfaces de nanquim com traços eletrônicos, criando imagens híbridas e novas concepções estéticas.

O catalisador destas três linguagens foi um grupo de amigos que se reuniu e pinçou o que havia de melhor no trabalho dos três: sonhos, fotografias e paixão. O resultado é um livro diferente, onde poemas, fotos, traços ilustrativos e projeto gráfico compõem com sinergia uma obra deliciosamente ousada, feita na raça, por amor a arte e sem nenhum patrocínio.

Independente - “Outros Sentidos” é um livro independente, não passou por editoras e não é encontrado em livrarias. A tiragem, minúscula, foi distribuída em pequenos lançamentos Brasil afora e através de contato direto com o autor.

COMPRE O LIVRO

O livro está a venda pelo sistema Pay Pal. Basta clicar no link a baixo.






O livro pode também ser adquirido com o autor pelo telefone (67) 8113-1292 ou pelo e-mail. O preço do exemplar é R$ 35,00 e o custo de envio R$ 7,00.

11 comentários:

Dan Jung disse...

Eu amo esse livro! Eu o comprei na feira de livros da praça Serzedelo Correa. Gosto da conexão entre os poemas, os grafismos e as fotografias: No "Punhal", por exemplo, dedos tocando uma superfície quase invisível (que está para além dos sentidos) e a impossibilidade de manifestar (comportamento)uma frase no poema.

Barone disse...

Olá, fico feliz que você tenha gostado. Um grande abraço.

Dan Jung disse...

estava relendo a poesia "Vento", do seu "Outro sentidos", aliás nosso (já o confisquei inaginariamente!), e percebo a dualidade da terra tocada pela alma através da conexão entre a planta (que um dia você plantou) e o que o faz sentir-se limpo - o trabalho braçal e fundamental. Adoro esse poema!!!

Dan Jung disse...

Eu aqui as voltas com "outros sentidos"... Sobre as "Entranhas" que me causa a impressão sobre o substancial sentido (percepção) da clareza - conhecimento expressado na experiência... Sobre a causalidade das circunstâncias: O momento de inventar a história como só fosse contada por ela, a mulher deitada, nua e expressa que do lado do sol encontra sentido revelando o dia (sinbolizado pela vida nesse contexto - a obra transversalizada, ou seja, a poesia atravessando a imagem). Ah... e as evocações das suas várias despedidas.

Barone, desculpe a minha invasão persistente na sua poesia, mas ela me veio muito forte. Gosto muito da forma como você expressa o seu mundo e me toca a sua generosidade de se deixar permitir o encontro com essas outras artes.

Dan Jung

Barone disse...

Olá Dan,
me sinto muito honrado com o seu interesse. É interessante observar sua leitura dos poemas. Eu mesmo não sei explicá-los, eles apenas são.

Dan Jung disse...

O projeto gráfico,fotografias e as poesias... ora se conectam, ora se atravessam... e eu fico só imaginando e viajando nas palavras e nas lacunas (as figuras). Por exemplo, no poema "Soturno": "tenho andado soturno e esquecido de todos (...)". No meu entendimento do poema, vejo assim: a figura - lâmpada acesa no meio da escuridão, iluminando o externo... a luz é que é soturna! Mesmo quando ilumina, não ilumina total (ilumina por fora). E a poesia ela reconhece a luz quando a personagem se esquece de mirar estrelas (quando olha para dentro). É assim que faço para degustar o seu lindo livro... poesia e artes gráficas atravessando uma no caminho da outra.

Dan Jung disse...

Relendo percebi uma lacuna no meu dizer. Na realidade, poesia e artes gráficas, atravessando uma no lugar da outra (cúmplices na trajetória). Como se fosse transdiciplinar.

Dan Jung disse...

ainda sobre "Entranhas"... o fato da criação está na lacuna daquilo que foi dito e a sua extrema suposição de estar sendo apontado para algo. A de ser completo quando ainda não está repleto. A de ter vida, antes mesmo de tornar-se vida: "(...) Não me conte sobre as manchetes e proclames que o loucos sem alma sustentam como verdades (...)". A magnitude da poesia está em sua duplicidade (autor e personagem). Por si só, ela expressa o universal incontornável. Mas como as entranhas, experimenta o vazio primordial.

Dan Jung disse...

Sobre o "Lamento": a explosão depois de um conhecimento alheio. O sentimento ultrapassando a avidez da palavra.
A dor de quem não está mais se entregando a mesmice - o "luto" da coisa feita.
A palavra pousada no som daquela voz toada antes do grito, "que não traz a boca um gemido".
O microfone (grafismo) não é mais implicado como arma. Ele fragmenta-se após cada palavra ainda não gritada, revelando a exaustão do peito adormecido que transforma o sangue toado como canção - o que traz a causa do lamento.

Barone disse...

Olá Dan. Fico feliz que o livro tenha despertado tantos sentimentos em você. Fique à vontade para analisar o quanto quiser. Sobre a dificuldae de encontrar exemplares da obra tenho uma boa notícia: ainda enste semestre Outros Sentidos será transformado em um e-book e disponibilizado na rede. Um abraço.

Dan Jung disse...

... é uma ótima notícia! É um belo livro que merece uma versão digital. Mesmo assim me sinto feliz por ter um dos exemplares impressos.