Semana On

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Estava demorando, agora sou anti-semita

Ontem, um colega jornalista que considero inteligente e bem informado me parabenizou por minha “cruzada anti-semita”. Ele disse estar acompanhando com atenção meus artigos relativos à questão palestina e a política israelense. Fui pego de surpresa, pois não defendo nenhuma cruzada, muito menos uma cruzada anti-semita.

O anti-semitismo, assim como qualquer outro preconceito de credo, raça e opção sexual deve, em minha modesta opinião, ser combatido sem trégua. Meu colega certamente quis se referir as minhas críticas ao sionismo, política que defende que Israel seja um Estado majoritariamente judeu, tendo na religião e na raça – e não no conceito de nação democrática – seus pilares.

A confusão entre semitismo e sionismo está no cerne dos debates evolvendo Israel. Alguns querem mesclar ambos os conceitos, de modo a que qualquer crítica ao sionismo seja imediatamente identificada como racismo. Trata-se de uma estratégia baseada em uma falácia. Sionismo não é o mesmo que semitismo. Pode-se ser judeu sem ser sionista e isso é confirmado pelas diversas críticas feitas por judeus a este pensamento político que defende a segregação racial e o expansionismo.

Já falei muito deste tema aqui. Para entender, cito os artigos abaixo.

- Liberman vem aí... em que ele se difere de Ahmadinejad?
- Quem vaia Ahmadinejad aplaudiria Lieberman?
- As similaridades entre Sionismo e Nazismo
- Vitimização judaica
- Asneiras de Ahmadinejad absolvem Israel?
- Afinal, que horrores disse o presidente do Irã?
- Os "mocinhos" abandonaram a Conferência
- Quem é Lieberman, Ministro das Relações Exteriores de Israel?
- A visão distorcida de Nonie Darwish sobre islamismo
- É lícito aos israelenses apoiarem o racismo e a intolerância?
- A transformação autoritária de Israel
- Chomsky: Terrorismo de Estado ameaça a segurança de Israel
- O holocausto como propaganda
- Historiador de origem judaica faz crítica ao movimento sionista
- O que ocorre em Gaza é genocídio?

7 comentários:

Adriana Godoy disse...

Barone, gostei de suas considerações. Também penso assim, embora, às vezes, sinta uma certa aversão pela propaganda a favor dos judeus. Bj

Sem Papel e Tinta disse...

Anota aí: eu sou anti-semita. Mais: sou anti-monoteista. Ainda: sou anti-gnomos. Espera! Tem mais: sou anti-qualquer-coisa-que-se-mova-entre-a-sociedade-e-não-exista. A religão (todas!) são clubes de neuróticos.

Anónimo disse...

É. Era o que faltava.

Compra-se qualquer coisa. A idéia é não pensar muito, especialmente por conta própria.

É o tipo de coisa que nos levará ao fascismo do politicamente correto, uma ditadura bem-educada, que punirá os descontentes, imagino, com nada menos que o ostracismo social, o silêncio. Não haverá espaço para, sequer, um debate.

- Felipe

Olegas disse...

Parabéns, Barone. Trata-se de uma distinção essencal que infelizmente poucos têm coragem ou capacidade para fazer.

Parabéns também pela crítica sobre o sionismo.

Abraço

Barone disse...

Adriana, não tenho problemas com judeus, com católicos, muçulmanos, nduistas, budistas, ateus ou o que for. Minha crítica é ao sionismo, uma política obscena que se apóia sobre a religião para tentar se legitimar.

Capeta, hehehehehe.

Felipe, adorei sua definição: "É o tipo de coisa que nos levará ao fascismo do politicamente correto, uma ditadura bem-educada, que punirá os descontentes, imagino, com nada menos que o ostracismo social, o silêncio."

Olegas, valeu. volte mais vezes.

Lelec disse...

A idiotice polariza tanto as opiniões, tornando toda discussão leviana e superficial, que se você disser que não gosta da música do Carlinhos Brown, irão chamá-lo de racista.
Pobres tempos!
Coragem!
Abraço

Barone disse...

É isso mesmo Lelec.