O artigo “Where are you from?”, da jornalista Bárbara Gancia, publicado hoje no jornal Folha de S.Paulo retoma uma questão que abordo com freqüência: a sina da mulher brasileira no exterior. A sexualização da imagem feminina da brasileira lá fora, aliada a prostituição, faz com que o fato de ser brasileira se transforme em um atestado de permissividade.
Bárbara esteve em Nova York e vivenciou a situação:
“Mas, é claro, algumas coisas não mudam nunca. A pergunta fatídica ‘Where are you from?’ continua a gerar a mesma reação quando a resposta é ‘Brazil’ e a turista é do sexo feminino.
A conversa sempre começa respeitosa, mas bastou você dizer que é do Brasil para verificar uma mudança radical de tom. ‘Puxa, você é puta! Quem diria, não parece!’. A frase nunca é escancarada, mas a tapuia em viagem -mesmo cega e surda- será capaz de perceber o estupor nas entrelinhas.
Num táxi, paguei pato ouvindo considerações sobre os trajes reduzidos das brasileiras (note que minhas amigas e eu, todas freiras carmelitas, estávamos encapotadas até o cocuruto) e, noutro, o motorista resolveu apelar para a pegadinha.
Depois de tomar conhecimento da nossa nacionalidade, chutou: ‘Não gosto dos homens brasileiros’. Fez-se silêncio, e logo ele emendou com ar sacana: ‘Gosto das mulheres’.”
Leia mais sobre o tema
- A Imagem da Mulher na Mídia - Como você vê esta relação?
- Turismo sexual, prostituição e a desconstrução da imagem feminina
- Solcat desrespeita mulher brasileira, mais uma vez
- Editora Solcat desrespeita mulheres brasileiras
- Toda brasileira é bunda?
Bárbara esteve em Nova York e vivenciou a situação:
“Mas, é claro, algumas coisas não mudam nunca. A pergunta fatídica ‘Where are you from?’ continua a gerar a mesma reação quando a resposta é ‘Brazil’ e a turista é do sexo feminino.
A conversa sempre começa respeitosa, mas bastou você dizer que é do Brasil para verificar uma mudança radical de tom. ‘Puxa, você é puta! Quem diria, não parece!’. A frase nunca é escancarada, mas a tapuia em viagem -mesmo cega e surda- será capaz de perceber o estupor nas entrelinhas.
Num táxi, paguei pato ouvindo considerações sobre os trajes reduzidos das brasileiras (note que minhas amigas e eu, todas freiras carmelitas, estávamos encapotadas até o cocuruto) e, noutro, o motorista resolveu apelar para a pegadinha.
Depois de tomar conhecimento da nossa nacionalidade, chutou: ‘Não gosto dos homens brasileiros’. Fez-se silêncio, e logo ele emendou com ar sacana: ‘Gosto das mulheres’.”
Leia mais sobre o tema
- A Imagem da Mulher na Mídia - Como você vê esta relação?
- Turismo sexual, prostituição e a desconstrução da imagem feminina
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3 comentários:
É Barone,
Até nisso o machismo se revela: enquanto homens brasileiros são vistos pelos estrangeiros como bons de futebol e amantes bons de cama, as mulheres são tidas por putas.
O machismo existe não apenas no Brasil, mas fora dele também.
Abraço
Leonardo
http://aterceiramargemdosena.opsblog.org/
Olá, Leonardo,
passei por aqui pelo "Maria Clara", e, vendo essa postagem, não tenho como não comentar, porque concordo plenamente, tanto com a indignação do seu texto, como com o comentário do Leonardo.
Acho impossível, a mim, ficar quieta diante de um assunto como esse; seria quase uma provocação não comentar nada.
Um abraço e parabéns pelo blog
Cynthia
Leo e Cynthia, este é um assunto que me chama a atenção. O que me espanta é a tendência de alguns em classificar este comportamento como aceitável. Há quem - o Alex Castro do LLL, por exemplo - que condene as mulheres que denunciam a situação.
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