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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Orientação sexual em MS

As questões de orientação sexual voltaram à pauta em Mato Grosso do Sul nesta semana, por meio de dois episódios: um envolvendo uma escola de samba de Campo Grande e outro a secretaria estadual de Educação.

Com o enredo “O Mundo Adverso do Planeta Cor-de-Rosa”, a escola de samba Unidos do São Francisco pretendia “rasgar a fantasia do preconceito” na avenida, mas teve que mudar o enredo devido à ação da Associação das Travestis de Mato Grosso do Sul (ATMS).

Segundo a presidente da entidade, Cris Stefanny, o enredo trazia “erros de terminologia” que poderiam reforçar o preconceito: “O enredo falava de borboleta, enrustido, ala da bolsinha. A maioria dos homossexuais tem trabalho como qualquer cidadão e não vive nas esquinas. Muitos são vítimas sim da exclusão social”, explicou, em entrevista ao site de notícias Midiamax.

Banheiro

A Coordenadoria de Políticas para a Diversidade – ligada a Secretaria Estadual de Educação – orientou, por meio de um comunicado, as escolas da rede estadual de ensino a destinar às estudantes travestis e transgêneros os banheiros dos professores e das meninas. Segundo o documento, “o uso do banheiro masculino pode implicar em risco para estes estudantes, sujeitos ao preconceito”.

A proposta contou com o apoio da ATMS, mas esbarrou na Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), cujo presidente, Jaime Teixeira, disse em entrevista ao site de notícias Campo Grande News que o Estado deveria criar banheiros próprios para as travestis. “Não dá para aceitar isso. Tem criança de seis anos que vai usar o mesmo banheiro público... Construir espaços específicos não é garantir a exclusão, mas a privacidade”, opinou.

Pouco depois, a secretaria estadual de Educação anunciou um lapso no comunicado enviado às escolas: “a determinação valia apenas para uso do banheiro dos professores,e não o banheiro das meninas”.

Preconceito

No ano passado, as bancadas católica e evangélica da Câmara Municipal de Campo Grande barraram a votação da concessão do título de utilidade pública para a Associação dos Travestis de Mato Grosso do Sul. Cobri a notícia mostrando, ainda, a omissão da imprensa local. Confira os links a seguir

Leia mais sobre o mesmo tema:
- Entrevista: André Fischer fala da mídia e da comunidade gay
- Eles eram mais livres

1 comentário:

BAR DO BARDO disse...

Puxa, Barone, é uma discussão com mais manga que camisa. Difícil de a gente se situar...