Semana On

domingo, 25 de novembro de 2012

Holocausto Palestino

Holocausto Palestino
"Novamente, a negação de Israel a um Estado Palestino leva a região a uma explosão de ódio"

Mais uma vez o medo prevalece na tênue fronteira que divide israelenses e palestinos. A fórmula é sempre a mesma. O Exército israelense iniciou os bombardeios à Gaza no dia 14 atacando vários alvos e matando o comandante militar do Hamas, Ahmed Jabari, 52. Ele foi atingido por um míssil enquanto circulava de carro. O ataque foi seguido por dezenas de outros, contra “instalações militares”, “depósitos de armas” e “plataformas de lançamento de foguetes”. Outros 15 palestinos morreram durante a operação batizada de "Pilar de Defesa", entre eles seis crianças...

Na manhã seguinte, o Hamas lançou um foguete que matou três israelenses a norte de Gaza. Horas depois, pelo menos um foguete foi lançado com direção à capital Tel Aviv, fazendo soarem os alarmes antiaéreos pela primeira vez desde a Guerra do Golfo, em 1991. Houve pânico, e a TV israelense exibiu imagens de pessoas jogadas no chão, no centro de Tel Aviv, enquanto as sirenes soavam.  Informações preliminares da polícia israelense dão conta de que o projétil caiu no mar. Não houve vítimas.

Este cenário de horror é o resultado direto da política de intransigência israelense, que nos últimos 40 anos têm transformado os palestinos em estrangeiros em sua própria terra. Esta política, que tem base na construção de assentamentos - que a ONU já classificou como ilegais – e na negação da identidade palestina, cria, do outro lado, o terreno ideal para o florescimento do radicalismo islâmico, tão pernicioso quando o sionismo.

A solução para este conflito não virá enquanto Israel não abrir mão do sonho sionista de estabelecer Eretez Israel, a grande Israel bíblica. A única saída possível está na convivência entre israelenses e palestinos a partir do estabelecimento de um Estado Palestino autônomo e independente e do estabelecimento de fronteiras  entre estas duas nações soberanas. Ninguém em sã consciência condenaria Israel pela violação de suas fronteiras legais. Ninguém em sã consciência pode deixar de condenar o país diante da política de esfacelamento econômico e cultural que promove contra a populações de Gaza e  da Cisjordância.

Enquanto o bom senso não prevalece, o mundo, mais uma vez, assiste de sua confortável poltrona o pavoroso espetáculo da guerra. Os números traduzem o holocausto palestino. Dá última vez que o exército israelense cruzou a “fronteira”, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, deixou para trás mais de 1.300 palestinos mortos e 5.000 feridos na faixa de Gaza. Segundo o Centro Palestino para Direitos Humanos - e muitas outras instituições internacionais sólidas e confiáveis - metade destas vítimas era civil. Morreram também 13 israelenses, sendo três civis.

Estamos, agora, às portas de um novo massacre? Diante de um novo cessar-fogo? De novas declarações unilaterais? De novos apelos contra o "terrorismo islâmico"? Depois que os mortos forem enterrados e esquecidos ouviremos dos próceres do Ocidente novas exortações à paz? O ciclo se repetirá com a eterna cantilena dos vitoriosos, com o constante lamento dos derrotados?

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