Semana On

terça-feira, 7 de julho de 2009

Messeder e Gandour apontam melhorias para os cursos de Jornalismo

Foi interessante o bate papo entre a jornalista Miriam Leitão, o diretor de Conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, e o diretor do curso de Comunicação Social da ESPM-RJ, Carlos Alberto Messeder, no programa Espaço Aberto - da Globo News – exibido no último dia 2. Miriam e seus convidados conversaram sobre a formação dos jornalistas diante da queda da obrigatoriedade do diploma específico em Jornalismo para o exercício da profissão no Brasil, suas conseqüências sobre a qualidade dos cursos e os novos rumos da formação.

Ambos os convidados de Leitão consideraram que as perspectivas de futuro para a formação do jornalista daqui para frente serão melhores do que eram.

"O que está em questão é o fim de uma reserva de mercado, de um cartorialismo e de um espaço onde faculdades mal preparadas para uma formação que é complexa estavam sobrevivendo apenas da emissão de um pedaço de papel."

Opina Gandour: “A queda da exigência do diploma não deve significar que as pessoas devam abandonar a qualificação. A boa formação será sempre valorizada, tendo o sujeito estudado Jornalismo ou outra área. Há uma confusão, pois a decisão do STF ocorreu anos depois desta discussão ter sido colocada na sociedade. O que está em questão é o fim de uma reserva de mercado, de um cartorialismo e de um espaço onde faculdades mal preparadas para uma formação que é complexa estavam sobrevivendo apenas da emissão de um pedaço de papel. Isso deve mudar. O nível das faculdades vai melhorar, surgirão ciclos de pós-graduação para que profissionais de outras áreas possam se especializar em Jornalismo. Quem está cursando Jornalismo deve abraçar ainda mais esta formação. No caso do mercado de trabalho, um bom diploma de Jornalismo pode ser até um diferencial. Não há motivo para pânico. O que se fez foi apenas desregulamentar uma profissão que não podia ser protegida por um instrumento cartorial.

"Muitas escolas viveram até hoje de bons diplomas e péssimos cursos. Acho que isso acaba."

Messender, por sua vez, vislumbra duas fortes tendências para o futuro do ensino do Jornalismo no Brasil, ambas melhores do que o modelo em vigência até então: “Nos próximos anos, duas grandes tendências surgirão. Uma á nível dos cursos de graduação, onde teremos uma melhora enorme dos cursos. Muitas escolas viveram até hoje de bons diplomas e péssimos cursos. Acho que isso acaba. A oportunidade é para as escolas que queiram oferecer cursos focados, muito bem construídos. O curso de comunicação será um dos caminhos. O outro caminho será a pós-graduação, cursos que formem jornalistas de várias áreas. Isso vai ser uma coisa muito forte. Teremos um foco maior nos cursos de graduação e o surgimento de excelentes especializações em nível de pós-graduação, como ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos.”.

Mercado x Academia

Para Messender, o futuro trará, obrigatoriamente, uma aproximação maior entre a academia e o mercado, e acha que isso se dará “por iniciativa das próprias escolas, que terão que ter interesse maior em procurar as grandes cadeias de mídia... Talvez estejamos evoluindo para um modelo de maior interação entre escolas e mercado”, afirma.

"Do ponto de vista das escolas, o ideal é preparar um jornalista que seja contra o mercado. O ideal para elas seria um mundo de comunicação sem empresas de comunicação, o que seria impossível."

Ele aponta, ainda, que esta aproximação será fundamental neste novo momento do ensino do Jornalismo no país. “O que você vê muito são as escolas tendo um enorme preconceito em relação ao mercado. Do ponto de vista das escolas, o ideal é preparar um jornalista que seja contra o mercado. O ideal para elas seria um mundo de comunicação sem empresas de comunicação, o que seria impossível.”.

Messender sustenta também que esta presença das escolas de Jornalismo no mercado fará com que elas se destaquem uma das outras de modo que “o aluno vai dizer ‘bom, se eu quero fazer Jornalismo, talvez o melhor seja eu fazer uma escola de comunicação, um curso de jornalismo, ou fazer uma outra área e procurar uma pós-graduação em Jornalismo’”.

Pós-Graduação

A possibilidade de profissionais egressos de outras áreas poderem fazer uma pós-graduação em Jornalismo foi bem recebida pelos debatedores e por Miriam Leitão, que lembrou a excelência da Columbia Journalism School – escola de Jornalismo estadunidense que oferece o curso em pós-graduação. Gandur complementou dizendo que a abertura das pós-graduações será “um avanço para o setor”.

Estágio

Ganduar afirmou que o estágio oferecido pelo Grupo Estado, que até então era focado apenas em graduados em Jornalismo, deve ser aberto, a partir de 2010, a profissionais egressos de outras áreas.

Leia mais sobre este tema:
- Novos rumos para o ensino do Jornalismo

1 comentário:

TATIANA SÁ disse...

Oi....
vc entendeu? Ou escrevi muito errado: "Agora é só viver a nova semana."

beijos!