Incapaz de conter as manifestações em massa da oposição, o governo iraniano ampliou nesta quarta-feira o cerco à veiculação dos protestos contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad. A Guarda Revolucionária emitiu um alerta a blogueiros e usuários de outras ferramentas de mídia online exigindo que todo conteúdo que "crie tensão" seja eliminado de suas páginas na Internet. O ambiente virtual tem sido o refúgio das centenas de milhares de opositores diante da expulsão dos jornalistas estrangeiros e do silêncio da mídia estatal sobre a crise política no país.
Muitos iranianos estão usando o Twitter para disseminar informações sobre os protestos, apesar dos esforços das autoridades iranianas em bloquear notícias e dados sobre o assunto. Tags como "#iranelection", "#Tehran", "#Iranians" e #Change_for_Iran estão entre os mais comentados do Twitter. Segundo medição do site twist.flaptor.com, na manhã de ontem a tag "iranelection" estava presente em 1,29% dos textos publicados no Twitter - no pico, esse índice já foi de 2,03%. Já "Teheran" chegou a 0,95% dos posts e "Iranians", a 0,8%. Por meio destes tags é possível acompanhar momento a momento o confronto no Irã.
O governo iraniano também entrou na guerra cibernética e, além de coagir os cidadãos a não exporem suas opiniões, tem tentado confundir o diálogo entre manifestantes e o resto do mundo agindo diretamente sobre as ferramentas de interação. Diante disso, houve quem elaborasse estratégias para driblar esta cacofonia digital patrocinada pelos hackers de Ahmadinejad.
Como eu disse recentemente, o pavor que os poderosos e os totalitários nutrem pela informação livre e sem rabo preso é terrível. A informação deve ser livre, gostemos dela ou não, e livres devemos ser para constituir veículos de comunicação, desagrade A ou B. O “postal” acima é parte de uma interessante campanha da International Society for Human Rights que ilustra muito bem o que deve estar sentindo Ahmadinejad neste momento.
Muitos iranianos estão usando o Twitter para disseminar informações sobre os protestos, apesar dos esforços das autoridades iranianas em bloquear notícias e dados sobre o assunto. Tags como "#iranelection", "#Tehran", "#Iranians" e #Change_for_Iran estão entre os mais comentados do Twitter. Segundo medição do site twist.flaptor.com, na manhã de ontem a tag "iranelection" estava presente em 1,29% dos textos publicados no Twitter - no pico, esse índice já foi de 2,03%. Já "Teheran" chegou a 0,95% dos posts e "Iranians", a 0,8%. Por meio destes tags é possível acompanhar momento a momento o confronto no Irã.
O governo iraniano também entrou na guerra cibernética e, além de coagir os cidadãos a não exporem suas opiniões, tem tentado confundir o diálogo entre manifestantes e o resto do mundo agindo diretamente sobre as ferramentas de interação. Diante disso, houve quem elaborasse estratégias para driblar esta cacofonia digital patrocinada pelos hackers de Ahmadinejad.
Como eu disse recentemente, o pavor que os poderosos e os totalitários nutrem pela informação livre e sem rabo preso é terrível. A informação deve ser livre, gostemos dela ou não, e livres devemos ser para constituir veículos de comunicação, desagrade A ou B. O “postal” acima é parte de uma interessante campanha da International Society for Human Rights que ilustra muito bem o que deve estar sentindo Ahmadinejad neste momento.
6 comentários:
Já viu este artigo que saiu no NYT (traduzido pela UOL)?
http://noticias.uol.com.br/blogs-colunas/colunas-do-new-york-times/anne-applebaum/2009/06/16/ult7190u10.jhtm
Análise interessante.
-Daniel
Barone, quando puder leia no Mausoléu o artigo Irã: tecnologia e história.
Muito boa a imagem!!!!
Advogado do diabo...
E se o que houve foi uma repetição do fenômeno da reeleição do WBush: as grandes cidades (onde o pau come) votaram em X, enquanto o campo, em massa, conservador por via de regra, votaram em Y?
Ou seja, e se as eleições não foram fraudadas?
Hastur, o problema é você ter um sistema de apuração com cédulas de papel e depois de uma eleição, em poucas horas ter o resultado.
Poderiam ao menos ter esperado alguns dias a mais. Não daria tanto na pinta!
É, ainda teve isso... grotesco.
Daniel “Telhado”,
muito interessante o artigo. A democracia, restrita ao ato de votar, é frágil como um sonho distante. Para que ela tenha a pujança que se espera, é necessário que seja aplicada juntamente com um choque cultural e de informação. Gente aculturada e desinformada serve apenas de massa de manobra para as tais “democracias administradas”. Outro dia um leitor aqui do blog disse que Ahmadinejad foi eleito democraticamente, pois governa para os pobres. Retruquei dizendo que ele até pode ter sido eleito a partir de ferramentas democráticas, mas que ele não governava paa os pobres, mas para os ignorantes e desinformados. Qualquer semelhança com Colômbia, Bolívia e Equador não é merca coincidência.
Daniel “Gárgula”
Muito apropriada a sua observação. Khomeini gravava seus discursos na França e os cassetes chegavam ao Irã onde eram reproduzidos a exaustão. Foi uma arma contundente para a revolução islâmica. Agora a estratégia é usada novamente, com ferramentas mais modernas e que podem ligar pessoas mundo afora – embora sejam passíveis de restrições, com temos visto.
Luiz Felipe,
a semelhança é verdadeira.
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