Assisti estes dias ao documentário “Sicko”, do cineasta estadunidense Michael Moore. Estarrecedor. O documentário expõe as vísceras do sistema de saúde dos Estados Unidos, de uma forma que nunca vimos nos seriados que pipocam pela TV a cabo. Chocante a máfia que se apoderou da saúde naquele país por meio dos planos de saúde, transformando o setor em comércio puro e simples. O documentário mostra também as vantagens de países como Inglaterra, Canadá, França e Cuba, onde a saúde é gratuita e universal (como propõe o SUS).
Sim, apesar dos problemas e falhas, o SUS é uma tentativa de romper com o modelo estadunidense de saúde adotado pelo Brasil. Há muito a caminhar, mas a realidade inglesa e canadense, especialmente, é um objetivo que pode ser alcançado a longo prazo com o SUS, desde que a visão mercantilista da saúde – em voga ainda hoje no imaginário dos profissionais da área – seja substituído, de fato, por uma visão social.
O documentário traz trechos emocionantes, como a ida de voluntários que atuaram no resgate às vítimas do 11 de setembro (rejeitados pelos planos de saúde estadunidenses) a Cuba (isso mesmo!), onde obtiveram tratamento digno e gratuito.
Outro momento marcante é a entrevista com Tony Benn, antigo deputado britânico, uma aula de cidadania. “Quando surgiu esta idéia de que qualquer cidadão britânico deveria ter direito a cuidados de saúde?”, pergunta Moore, e Benn responde:
“Se voltarmos atrás, tudo começou com a democracia. Antes de podermos votar, todo o poder estava nas mãos dos ricos. Se tivesse dinheiro, podia ter cuidados de saúde, educação, prevenir-se para a velhice... E o que a democracia fez foi dar o voto aos pobres, e passou o poder do mercado para a cabine de voto, da carteira, para o voto.
E o que as pessoas disseram foi muito simples, elas disseram: "Na década de 1930, tivemos desemprego em massa, mas não houve desemprego durante a guerra. Se se pode ter emprego pleno por matar Alemães, por que não se pode ter emprego pleno para construir hospitais, para construir escolas, contratando enfermeiras, contratando professores?" Se conseguimos arranjar dinheiro para matar pessoas, conseguimos arranjar dinheiro para ajudar as pessoas. Este panfleto foi lançado em 1948 de uma forma muito direta.
‘O seu novo Serviço Nacional de Saúde começa a 5 de Julho. Ele irá fornecer-lhe todos os cuidados médicos, dentários e de enfermagem. Qualquer pessoa, rica ou pobre, homem, mulher ou criança pode utilizá-lo, qualquer parte dele. Não tem custos, exceto para alguns casos especiais, não há obrigações de seguro, mas não é uma caridade. Estão pagando quando são contribuintes, e irá aliviar as suas preocupações financeiras em tempos de doença.’
De alguma forma, estas poucas palavras resumem tudo.”
Sim, apesar dos problemas e falhas, o SUS é uma tentativa de romper com o modelo estadunidense de saúde adotado pelo Brasil. Há muito a caminhar, mas a realidade inglesa e canadense, especialmente, é um objetivo que pode ser alcançado a longo prazo com o SUS, desde que a visão mercantilista da saúde – em voga ainda hoje no imaginário dos profissionais da área – seja substituído, de fato, por uma visão social.
O documentário traz trechos emocionantes, como a ida de voluntários que atuaram no resgate às vítimas do 11 de setembro (rejeitados pelos planos de saúde estadunidenses) a Cuba (isso mesmo!), onde obtiveram tratamento digno e gratuito.
Outro momento marcante é a entrevista com Tony Benn, antigo deputado britânico, uma aula de cidadania. “Quando surgiu esta idéia de que qualquer cidadão britânico deveria ter direito a cuidados de saúde?”, pergunta Moore, e Benn responde:
“Se voltarmos atrás, tudo começou com a democracia. Antes de podermos votar, todo o poder estava nas mãos dos ricos. Se tivesse dinheiro, podia ter cuidados de saúde, educação, prevenir-se para a velhice... E o que a democracia fez foi dar o voto aos pobres, e passou o poder do mercado para a cabine de voto, da carteira, para o voto.
E o que as pessoas disseram foi muito simples, elas disseram: "Na década de 1930, tivemos desemprego em massa, mas não houve desemprego durante a guerra. Se se pode ter emprego pleno por matar Alemães, por que não se pode ter emprego pleno para construir hospitais, para construir escolas, contratando enfermeiras, contratando professores?" Se conseguimos arranjar dinheiro para matar pessoas, conseguimos arranjar dinheiro para ajudar as pessoas. Este panfleto foi lançado em 1948 de uma forma muito direta.
‘O seu novo Serviço Nacional de Saúde começa a 5 de Julho. Ele irá fornecer-lhe todos os cuidados médicos, dentários e de enfermagem. Qualquer pessoa, rica ou pobre, homem, mulher ou criança pode utilizá-lo, qualquer parte dele. Não tem custos, exceto para alguns casos especiais, não há obrigações de seguro, mas não é uma caridade. Estão pagando quando são contribuintes, e irá aliviar as suas preocupações financeiras em tempos de doença.’
De alguma forma, estas poucas palavras resumem tudo.”
2 comentários:
Quero assistir. Estou doente por isso.
Não deixe de assistir mesmo. É esclarecedor.
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