No último domingo o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, conseguiu emplacar via referendo popular a proposta de reeleição contínua para presidente da República. As análises políticas sobre o fato são facilmente separadas por um muro ideológico. De um lado, a esquerda mais idealista aponta os avanços da consulta popular que legitimaria a mudança, enquanto a esquerda pragmática assina embaixo das estatizações, do controle sobre a educação e a imprensa além de outras barbaridades. Do outro lado, liberais e direitistas apontam rastros de um populismo-ditatorial que estaria condenando o país ao atraso.
Na agência Carta Maior, Emir Sader aponta os motivos da vitória de Chavez: “A pobreza extrema foi reduzida de 17,1 a 7,9. Cresceu a taxa de escolaridade, que subiu de 40 a 60%. O analfabetismo foi erradicado. A taxa de mortalidade infantil caiu pela metade. O consumo de alimentos subiu 170%”, afirma.
Na última edição da Veja, no entanto, os números do atraso gerados pelos dez anos de Chavez são claros. Entre 1998 e 2008 a produção de Petróleo no país foi reduzida em reduziu 32% (de 3,4 para 2,3 milhões de barris/dia), o investimento externo reduziu 77% (de 4,9 bilhões de dólares para 1,1 bilhão), o número de indústrias reduziu 36% (de 11.117 para 7.093), a inflação aumentou 10% (de 29% para 32%), a criminalidade aumentou 166% (de 18 homicídios - para cada 100 mil habitantes - para 48), o déficit habitacional aumentou 108% (de 1,2 milhão de casas para 2,5 milhões), os gastos militares aumentaram 175% (1,2 bilhão de dólares para 3,3 bilhões), o número de funcionários públicos aumentou 50% (de 1,4 milhão para 2,1 milhões), o emprego na indústria reduziu 23% (de 449.636 empregados para 345.168) e os gastos públicos aumentaram 85% (de 21% do PIB para 39%).
Em seu blog, Conversa Afiada, Paulo Henrique Amorim diz que Chavez é o mais democrático dos líderes latino-americanos. Para corroborar isso, sustenta que, desde que chegou ao poder, o líder venezuelano submeteu-se a 15 consultas populares, que ganhou no voto e que não se pode acusá-lo de ser o único a usar a máquina estatal para convencer os eleitores de caminhar na direção que ele deseja.
“A máquina estatal condiciona a opinião do eleitor? Claro que sim. Como aqui em São Paulo, onde Zé Pedágio e os tucanos usam a máquina para se perpetuar no poder. Chávez está no poder há dez anos. Os tucanos, em São Paulo, estão há 14 anos. A eleição de Chávez é menos legítima do que a Gilberto Taxab?”, questiona o jornalista, esquecendo-se de dizer que o presidente Lula (a quem PHA apóia em seu blog) também tem o hábito de usar a máquina em proveito político próprio – vide o assistencialismo que impera no Governo e a campanha precoce de Dilma Roussef.
O fato é que população escolheu apoiar a reeleição infinita. Cerca de 54% dos venezuelanos votaram pelo “sim”, contra 45% que optaram pelo “não” e 30% preferiram a abstenção. Isso é suficiente para legitimar a opção? Sim. A população votou e fez sua escolha. Tudo o que a população escolhe é isento de erro e deve ser “abençoado” como a melhor opção? Não. A história está repleta de momentos em que, com apoio popular, governos erraram e até mesmo implementaram ações autoritárias e violentas. O nazismo é apenas um destes momentos (Hitler não chegou ao poder por meio de um golpe, mas com o apoio popular).
Na agência Carta Maior, Emir Sader aponta os motivos da vitória de Chavez: “A pobreza extrema foi reduzida de 17,1 a 7,9. Cresceu a taxa de escolaridade, que subiu de 40 a 60%. O analfabetismo foi erradicado. A taxa de mortalidade infantil caiu pela metade. O consumo de alimentos subiu 170%”, afirma.
Na última edição da Veja, no entanto, os números do atraso gerados pelos dez anos de Chavez são claros. Entre 1998 e 2008 a produção de Petróleo no país foi reduzida em reduziu 32% (de 3,4 para 2,3 milhões de barris/dia), o investimento externo reduziu 77% (de 4,9 bilhões de dólares para 1,1 bilhão), o número de indústrias reduziu 36% (de 11.117 para 7.093), a inflação aumentou 10% (de 29% para 32%), a criminalidade aumentou 166% (de 18 homicídios - para cada 100 mil habitantes - para 48), o déficit habitacional aumentou 108% (de 1,2 milhão de casas para 2,5 milhões), os gastos militares aumentaram 175% (1,2 bilhão de dólares para 3,3 bilhões), o número de funcionários públicos aumentou 50% (de 1,4 milhão para 2,1 milhões), o emprego na indústria reduziu 23% (de 449.636 empregados para 345.168) e os gastos públicos aumentaram 85% (de 21% do PIB para 39%).
Em seu blog, Conversa Afiada, Paulo Henrique Amorim diz que Chavez é o mais democrático dos líderes latino-americanos. Para corroborar isso, sustenta que, desde que chegou ao poder, o líder venezuelano submeteu-se a 15 consultas populares, que ganhou no voto e que não se pode acusá-lo de ser o único a usar a máquina estatal para convencer os eleitores de caminhar na direção que ele deseja.
“A máquina estatal condiciona a opinião do eleitor? Claro que sim. Como aqui em São Paulo, onde Zé Pedágio e os tucanos usam a máquina para se perpetuar no poder. Chávez está no poder há dez anos. Os tucanos, em São Paulo, estão há 14 anos. A eleição de Chávez é menos legítima do que a Gilberto Taxab?”, questiona o jornalista, esquecendo-se de dizer que o presidente Lula (a quem PHA apóia em seu blog) também tem o hábito de usar a máquina em proveito político próprio – vide o assistencialismo que impera no Governo e a campanha precoce de Dilma Roussef.
O fato é que população escolheu apoiar a reeleição infinita. Cerca de 54% dos venezuelanos votaram pelo “sim”, contra 45% que optaram pelo “não” e 30% preferiram a abstenção. Isso é suficiente para legitimar a opção? Sim. A população votou e fez sua escolha. Tudo o que a população escolhe é isento de erro e deve ser “abençoado” como a melhor opção? Não. A história está repleta de momentos em que, com apoio popular, governos erraram e até mesmo implementaram ações autoritárias e violentas. O nazismo é apenas um destes momentos (Hitler não chegou ao poder por meio de um golpe, mas com o apoio popular).
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