Nós que conhecemos seu nome
Que nos agachamos, apavorados,
Em pequenos escritórios
Que vomitamos mentiras
A troco de afagos
Que nos violentamos como
Putas em becos distantes
Nós que conhecemos seu nome,
Que nos contentamos com pouco
E ainda assim erguermos as mãos
Em súplica por um naco de luz
Que nos entregamos todos os dias
Sem ao menos um grito de dentes,
Como cheiro de nada que somos
Nós que conhecemos seu nome
Que nos violentamos dia após dia
Escancarando sorrisos, saudando
Hipocrisias e gargalhadas
Que fugimos de nós mesmos
Em troca de migalhas,
Que nos prostramos, imundos,
Perante reis que apodrecem.
Nós, que permitimos o que não se devia
Que acariciamos a face da besta
E ainda assim rezamos escondidos
Em nossas camas cobertas
Que olhamos com olhos de pedra
E damos as costas todos os dias
Que fazemos ouvidos moucos
exibindo nossa preguiça repleta de culpa
Nós, que conhecemos seu nome,
Mas esquecemos a face de nossos pais
Somos nós os culpados por tudo
Somos nós os vermes escuros,
Somos nós, os que arrastam a fera
Por correntes de seda,
Embevecidos por nos permitirem
Uma nesga de ar.
2 comentários:
muito bom!
Recém vi seu blog citado na Revista Cultura Ms.
Abração
Porra!!! Muito bom! Um soco na cara de todos nós que nos permitimos tanta sujeira, que nos acomodamos tanto. Valeu, Barone!
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