O candidato do PP a Prefeitura de Campo Grande (MS), Alcides
Bernal, tornou-se um ícone regional na internet. Não tanto pelas suas
qualidades políticas quanto pelo fenômeno gerado por meio da campanha de seu
adversário, o peemedebista Edson Giroto (PMDB), cujos marqueteiros resolveram
comparar o currículo de “feitos” dos dois. Como resultado, uma paródia da
campanha de Giroto virou meme (Não sabe o que é? Pergunte ao Google) no
Facebook transformando o que seria uma estratégia infalível num tremendo tiro pela
culatra com dezenas de peças nas quais se atribui a Giroto desde a construção
das pirâmides do Egito até uma foto ao lado do palhaço Bozo.
Também em Campo Grande, o vereador Marcos Alex (PT) pode
atribuir – ainda que parcialmente - ao mal uso das mídias sociais sua derrota
nas eleições deste ano. Alex deixou de ser eleito por apenas oito votos,
cedendo a vaga a um colega de partido calouro e com desenvoltura eleitoral
muito menor que a sua.
Vice-presidente da Câmara de Vereadores, Alex protagonizou
nas mídias sociais um debate acalorado com a equipe da revista Semana Online
após a reportagem publicada na nossa edição de número 25, na qual mostrávamos o
custo e a produção de cada vereador campo-grandense.
Em certo momento do debate, Marcos Alex deu a entender que
não deveria responder a reportagem pois, segundo a assessoria de imprensa da
Casa, a revista não tinha leitores... Não é preciso dizer que a lambança gerou
dezenas de respostas indignadas de nossos leitores que, é óbvio, se julgam
dignos de serem ouvidos e de terem suas dúvidas sanadas pelos vereadores. Quem
sabe estes oito votos não foram perdidos ali, entre nossos leitores?
Estes dois casos, recentes, mostram o quanto os políticos –
e parte dos assessores que os cercam – estão despreparados para lidar com a
selva da internet. Hoje, uma palavra equivocada, uma postura condenável, pode
ser a diferença entre ser festejado ou execrado, entre ser eleito ou não.
O eleitor, por sua vez, está mais exigente, mais ciente de
seu poder. Não considera um favor ou uma benesse ter uma pergunta respondida
por um político que se arrisca nas mídias sociais. O espaço virtual arrebentou
as “barreiras protocolares” que separavam político e eleitor. É como se
fossemos todos habitantes de uma cidadezinha do interior onde o prefeito
esbarra com o barbeiro na praça, onde o vereador senta-se no banco da praça com
o taxista.
Não há mais espaço para amadorismo na internet. Resta aos
políticos encararem este novo ambiente com seriedade. Aos seus assessores cabe
o dever de estarem preparados para fazer frente a uma guerra diária contra a
omissão. Em um ambiente como este qualquer tropeço pode ser fatal.
1 comentário:
Só para constar, eu sou leitora da Semana Online.
Estávamos conversando sobre isso o tiro no pé da equipe de marketing e exigencias dos eleitores. Estamos conscientes do poder que temos (finalmente) e isso em partes graças ao conhecimento acessível que a internet proporciona. É só saber usar.
Enviar um comentário