Rezando pela minha paz,
Necessário seria que
As folhas ficassem ali, como loucos não varridos.
Nuvem da fumaça dos incensos e defumadores.
Uma imagem para o coletivo de gafanhotos.
Pelas janelas e portas,
Como que em capítulos,
Saí desmembrado dos cômodos da minha casa.
Levando tudo de mais pesado, meu livro.
Autêntico e único original trabalho.
O Breviário de Conjugação das Nuvens.
Nuvens de tantos pássaros,
Como corvos e urubus.
Estas nuvens, de quando em vez,
Se fortalecem pousando na minha sorte.
Refletindo a luz da lua,
Como se de prata fosse,
Uma nuvem de corvos pousou ontem à noite.
Corvos entre as nuvens são como esperanças
No medo das minhas orações.
Em nome de leveza e velocidade
Queria conjugar verbos como "chover"
Na primeira pessoa do singular.
Chover que é sinônimo de purgar no meu Breviário.
Não posso passar em brancas nuvens
Pela tabuada dos rios
Ou pelas equações do gelo.
E muito menos pela anatomia humana.
Se isto acontecer
Deixaria pela primeira vez se perder
A memória da água.
Audemir Leuzinger, esta semana, no Poema Dia
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