Semana On

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Para jornalista, condenar homofobia é coisa de viado...

O debate sobre homofobia no Twitter deu pano para manga e revelou posicionamentos para lá de interessantes. Publiquei hoje por aqui (e no Amálgama) o artigo “A ditadura da fé e da ausência de razão contra a orientação sexual” que colocou ainda mais lenha no fogo. Teve até gente me dando unfollow no microblog (@GeraldoMTomas) me acusando de cercear seu direito de ser preconceituoso...

Entre as manifestações, a mais interessante foi a do jornalista Antônio João Hugo Rodrigues (@AntonioJoao_AJ), dono do jornal Correio do Estado, para quem a sexualidade não é um bom tema a ser tratado no Twitter (veja aqui e aqui). Além disso, segundo ele, o fato de alguém levantar o tema e aprofundá-lo é motivo para “desconfiar de sua masculinidade”... no melhor estilo Carlos Maçaranduba (veja aqui).

Segundo sua linha de raciocínio, lutar contra a violência contra a mulher é papel exclusivo das mulheres, combater o anti-semitismo é tema para judeus e execrar o preconceito contra negros é obrigação dos negros. E ponto final...

E isso vindo do manda-chuva do maior jornal do estado...

8 comentários:

Sem Papel e Tinta disse...

sugestão rápida e prática ao abostados citados: suicídio coletivo.

Marcos Benitez disse...

Nem tanto no céu, nem tanto na terra.
Não sei se é para tanto alarde o fato do AJ ter se manifestado ''neutro'' no assunto. Também achei um exagero o Geraldo ter te dado um unfollow. O medo do desconhecido e a ignorância são a gasolina do preconceito. Fica aqui minha opinião expressa e meu apoio ao caro jornalista Vitor Barone.

Fátima Lima disse...

Passo sempre por aqui e gostaria de parabenizar pela postagem. Somos um país RACISTA, HOMOFÓBICO e PRECONCEITUOSO. É preciso lembrar que a sexualidade não é um dado natural, mas um construto e que todos temos o DIREITO de exercer nossa sexualidade da forma como nos sentimos dignos e felizes.

Barone disse...

Olá Marcos, o alarde não é pela neutralidade, mas pelas seguintes questões:

1- Para ele, um jornalista e dono de jornal, sexualidade não é tema de debate. Disse ele: "Discutir sobre dar ou não dar é que é tolice. O tuíter pode -- e deve -- discutir assuntos relevantes.". O debate sobre sexualidade e preconceito contra homossexuais foi resumiodo por ele como um "dar ou não dar"... de péssimo tom. Se sexualidade e preconceito não é importante para ele, quiça para o jornal. Preocupante.

2- Ele tenta desqualificar a validade do debate ao dizer: "me preocupo com a minha sexualidade. Não com a dos outros. Acho estranha a sua preocupação.". Além do que a última frase é claramente uma brincadeira preconceituosa de mal gosto.

Mucio Marinho disse...

Acho importante que pessoas formadoras de opinião discutam o tema, mas não acredito que seja de relevância para todos. Pelo que li nos debates do twitter, a dúvida do AJ foi relativa ao interesse em alongar a discussão. Não houve questionamentos sobre a opção sexual. Isso, para mim, fica claro no mesmo post. Também acho justo o direito de questionar comportamentos e opções, desde que haja respeito pelas pessoas... Uma coisa é criticar o gosto ou a ideologia, outra é criticar o indivíduo.

Simplesmente Outono disse...

Consegui postar hoje de madrugada em meio à correria das provas. Confesso que não gosto quando sou praticamente obrigada a me afastar do blog, porém não há como fugir neste momento. Motivo: além das provas na faculdade existem alguns probleminhas particulares. Espero resolvê-los o quanto antes e da melhor maneira possível. Prometo que tentarei arrumar um jeitinho de postar com a mesma freqüência já que não consigo ficar longe das letras. Algumas pessoas possuem meu e-mail podendo ficar totalmente à vontade em realizar contato. Tentarei respondê-los tão logo os receba.
Com carinho e o devido respeito deste Outono.

daniel disse...

Comédia esse tal editor, hem? Ele me lembrou, Victor, um comentarista lá no meu post sobre o Shimon Peres, perguntando se por acaso eu tive algum parente morto pelo exército de Israel, para andar me preocupando assim com o sofrimento palestino.

A gente ri pra não chorar.

Abs.

Barone disse...

Mucio,
o tema pode não ser importante para todos, embora, obrigatoriamente, tenha que ser relevante para um jornalista e dono de jornal que tem como responsabilidade (pelo menos na teoria) formar opiniões responsáveis que contribuam para o avanço social. Sobre as gracinhas do AJ, estão claras nos posts dele. Para não ver é preciso muita, mas muita inocência, ou conivência. Espero que você seja apenas inocente.

Outono,
volte sempre.

Daniel,
só rindo. O pior são as tentativas de negar o que foi dito. É de uma covardia...