Ao fim de sua primeira reunião com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem que Israel deve deter os assentamentos na Cisjordânia como parte de um acordo amplo para garantir a paz no Oriente Médio. Obama disse também que os palestinos devem fazer sua parte, proporcionando segurança na Cisjordânia e reduzindo o sentimento anti-israelense em escolas e mesquitas.
A reunião foi realizada um dia depois que Israel rejeitou o pedido americano para que fossem congeladas todas as construções nos assentamentos judaicos da Cisjordânia. O governo israelense argumenta que precisa permitir a construção de novas casas para abrigar o crescimento natural das famílias judaicas que moram na região, apesar de os assentamentos serem considerados ilegais pela comunidade internacional e pala ONU.
Obama tem sido menos explícito que seu antecessor, George W. Bush (2001-2009), quanto ao apoio estadunidense a Israel. No entanto, o presidente dos Estados Unidos tem marcado a primeira fase de sua gestão por posicionamentos dúbios, como ocorreu em relação às denúncias de tortura e desrespeito a direitos civis básicos sob o manto do combate ao terror.
Conversando com o jornalista palestino Sameh Akram Habeeb há pouco pelo MSN, fiquei sabendo que o sentimento que impera entre os ativistas palestinos é de pessimismo quanto aos resultados do encontro entre Abbas e Obama. Para Habbeb, que coordena de Londres o jornal eletrônico The Palestine Telegraph, o motivo é simples: “Obama não tem como pressionar os israelenses”.
O jornalista Gustavo Chacra, no entanto, apontou em seu blog uma situação contrária, citando outros ativistas palestinos que têm expressado confiança no novo discurso de Washington, como Walid Salim, diretor do Centro de Disseminação da Democracia, em Jerusalém Oriental, que se disse “encorajado” pelo discurso de Obama após o encontro com o premiê israelense, Binyamin “Bibi” Netanyahu. Outra fonte citada por Chacra foi o analista político Ali Jarbawi, “um dos principais intelectuais palestinos, morador de Ramallah”, para quem "as palavras de Obama fizeram os palestinos ficarem otimistas”. Apesar das boas perspectivas, Jarbawi afrima que é “hora de ele agir para que sejam desmantelados os assentamentos na Cisjordânia".
O jornal israelense Haaretz sustenta o mesmo otimismo. Reportagem publicada hoje cita o negociador palestino Saeb Erakat, segundo quem os “palestinos fora encorajados pelos compromissos que o presidente Obama e sua administração tem assumido para com a paz no Oriente Médio”.
No entanto, outras leituras estão mais carregadas de um sentimento de suspeita para com as intenções dos Estados Unidos. O discurso de endurecimento para com as políticas israelenses de expansão territorial seria apenas fachada? O escritor Ali Abunima, co-fundador do site The Electronic Intifada, aponta algumas questões importantes que colocam em suspeição as intenções de Washington .
Segundo ele, assim como seu antecessor, Obama tem expressado apoio pela criação de um Estado Palestino, no entanto vêm se eximindo de criticar o bombardeio de janeiro sobre a Faixa de Gaza – quando mais de 1.400 palestinos morreram, a maioria civis – apesar das evidencias de crimes de guerra cometidos pelos militares israelenses segundo a Anistia Internacional, a Human Rights Watch e as Nações Unidas. Obama também se calou a respeito do bloqueio imposto sobre a Faixa de Gaza, onde um milhão e meio de palestinos, grande parte crianças e adolescentes, vive como prisioneiros, privados de suas necessidades básicas.
Obama exortou firmemente Netanyahu a interromper a implantação e ampliação de assentamentos em terras expropriadas de palestinos na Cisjordânia, mas estas palavras já foram pronunciadas por seus antecessores e não se transformaram em ações concretas. “A menos que estas posições sejam seguidas por ações decisivas – talvez limitando os subsídios estadunidenses a Israel – não há razão para acreditarmos que posturas que falharam no passado serão efetivas agora”, afirmou Abunima.
A reunião foi realizada um dia depois que Israel rejeitou o pedido americano para que fossem congeladas todas as construções nos assentamentos judaicos da Cisjordânia. O governo israelense argumenta que precisa permitir a construção de novas casas para abrigar o crescimento natural das famílias judaicas que moram na região, apesar de os assentamentos serem considerados ilegais pela comunidade internacional e pala ONU.
Obama tem sido menos explícito que seu antecessor, George W. Bush (2001-2009), quanto ao apoio estadunidense a Israel. No entanto, o presidente dos Estados Unidos tem marcado a primeira fase de sua gestão por posicionamentos dúbios, como ocorreu em relação às denúncias de tortura e desrespeito a direitos civis básicos sob o manto do combate ao terror.
Conversando com o jornalista palestino Sameh Akram Habeeb há pouco pelo MSN, fiquei sabendo que o sentimento que impera entre os ativistas palestinos é de pessimismo quanto aos resultados do encontro entre Abbas e Obama. Para Habbeb, que coordena de Londres o jornal eletrônico The Palestine Telegraph, o motivo é simples: “Obama não tem como pressionar os israelenses”.
O jornalista Gustavo Chacra, no entanto, apontou em seu blog uma situação contrária, citando outros ativistas palestinos que têm expressado confiança no novo discurso de Washington, como Walid Salim, diretor do Centro de Disseminação da Democracia, em Jerusalém Oriental, que se disse “encorajado” pelo discurso de Obama após o encontro com o premiê israelense, Binyamin “Bibi” Netanyahu. Outra fonte citada por Chacra foi o analista político Ali Jarbawi, “um dos principais intelectuais palestinos, morador de Ramallah”, para quem "as palavras de Obama fizeram os palestinos ficarem otimistas”. Apesar das boas perspectivas, Jarbawi afrima que é “hora de ele agir para que sejam desmantelados os assentamentos na Cisjordânia".
O jornal israelense Haaretz sustenta o mesmo otimismo. Reportagem publicada hoje cita o negociador palestino Saeb Erakat, segundo quem os “palestinos fora encorajados pelos compromissos que o presidente Obama e sua administração tem assumido para com a paz no Oriente Médio”.
No entanto, outras leituras estão mais carregadas de um sentimento de suspeita para com as intenções dos Estados Unidos. O discurso de endurecimento para com as políticas israelenses de expansão territorial seria apenas fachada? O escritor Ali Abunima, co-fundador do site The Electronic Intifada, aponta algumas questões importantes que colocam em suspeição as intenções de Washington .
Segundo ele, assim como seu antecessor, Obama tem expressado apoio pela criação de um Estado Palestino, no entanto vêm se eximindo de criticar o bombardeio de janeiro sobre a Faixa de Gaza – quando mais de 1.400 palestinos morreram, a maioria civis – apesar das evidencias de crimes de guerra cometidos pelos militares israelenses segundo a Anistia Internacional, a Human Rights Watch e as Nações Unidas. Obama também se calou a respeito do bloqueio imposto sobre a Faixa de Gaza, onde um milhão e meio de palestinos, grande parte crianças e adolescentes, vive como prisioneiros, privados de suas necessidades básicas.
Obama exortou firmemente Netanyahu a interromper a implantação e ampliação de assentamentos em terras expropriadas de palestinos na Cisjordânia, mas estas palavras já foram pronunciadas por seus antecessores e não se transformaram em ações concretas. “A menos que estas posições sejam seguidas por ações decisivas – talvez limitando os subsídios estadunidenses a Israel – não há razão para acreditarmos que posturas que falharam no passado serão efetivas agora”, afirmou Abunima.
3 comentários:
Barone, quando se trata dos Tio Sam, toda desconfiança é pouca. Não creio que Obama vá apoiar os palestinos de alguma forma. Ficar em cima do muro é uma posição mais confortável. A história prova que em se tratando de Israel, os EUA sempre apoiaram os judeus e são os judeus que detêm as grandes riquezas do império. Obama não tem peito pra assumir o lado de lá. Tomara esteja eu enganada. Beijo.
Obama faz discursos otimos. Ele tem o dom da palavra. Mas eu sempre tenho a impressao de que ele fala, fala e nao diz nada.
Adriana e Ma,
o alto do muro é realmente uma posição privilegiada para quem quer navegar na política. Discursos sem ação, da mesma forma, já foram usados por muita gente para navegar pelos mares bravios da coisa pública. Assim como vocês, espero que Obama quebre esta regra.
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