Semana On

sábado, 11 de abril de 2009

Palestino que perdeu três filhas na ofensiva israelense é indicado para Prêmio Nobel da Paz

O médico ginecologista palestino Ezzeldeen Abu al-Ashi, de 55 anos, foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz, segundo o jornal árabe asharq alawsat, num artigo, em inglês, intitulado “A jornada de Ezzeldeen Abu al-Ashi”.

O médico, que mora no campo de refugiados de Jabaliya, na Faixa de Gaza, protagonizou umas das cenas mais trágicas da recente ofensiva militar israelense, quando perdeu três filhas em um ataque no dia 17 de janeiro.

O caso foi emblemático, pois al-Ashi ligou para um jornalista israelense, seu amigo, Eldad Slomi, do Canal 10, para pedir auxílio logo após o ataque (sua residência foi atingida por disparos de artilharia), no momento em que este que estava no estúdio. Mesmo estando no ar, o jornalista atendeu a chamada, preocupado, e transmitiu a conversa ao vivo.

Do outro lado da linha, os gritos desesperados de Abu al-Aish, contando a Eldad que as filhas estavam mortas. Sem disfarçar a emoção, o jornalista tenta usar seus contatos e envia uma ambulância para socorrer o amigo palestino, trazendo as vítimas para serem atendidas em hospitais de Israel.

As cenas do drama são indescritíveis – veja o vídeo (que demora 4:18 minutos, em hebreu, com legendas em inglês – para ativar as legendas clique no triângulo que se encontra no canto inferior esquerdo da imagem).

Abu al-Aish formou-se em Israel e durante anos trabalhou em diversos hospitais do país.

A indicação para o prêmio foi feita pelo Departamento de Estado da Bélgica, que considerou al- Aish um "soldado da paz". O médico já tinha sido agraciado anteriormente com a cidadania honorária belga “em reconhecimento dos seus esforços ao serviço da humanidade”.

OBS: 1.455 palestinos, dos quais 431 crianças morreram durante a ofensiva israelense. Dos 5.380 feridos, 1.872 eram crianças.

4 comentários:

Alice Salles disse...

É incrivel como essas coisas acontecem... É necessário uma catástrofe e atrocidade dessas pra que alguém possa ser reconhecido...

Adriana Godoy disse...

Triste, trágico, pungente,bonito pelo gesto de amizade, alémdas fronteiras. Vi o vídeo, chocante. Bj

Bruno disse...

É muito triste o fato de uma região no mundo ser focos de conflitos por milenios seguidos. Como pode um povo ser tão idiota a ponto de ignorar a vida. Só inocentes morrem em uma guerra que já não tem mais sentido nenhum.

Esta é uma guerra para mortos.

Barone disse...

É o horror da guerra em claros decibéis.