Interessante o artigo “Imprensa: os dois lados do balcão”, de Ricardo Kotscho. Nele, o experiente jornalista analisa as diferenças e semelhanças entre jornalismo e assessoria de imprensa.
Segundo Kotscho, ambas as atividades são jornalismo: “...tudo tem que ser bem feito, tem que ser honesto _ e não importa se estou trabalhando numa redação ou numa assessoria de imprensa... A matéria prima é a mesma: a informação de qualidade, quer dizer, bem checada e confiável para divulgação... Caso contrário, meu trabalho não serviria nem para o governo, nem para a imprensa.”, afirma.
Diz ainda que quando ocupou a secretaria de Imprensa e Divulgação do Governo Lula, nunca tirou jornalistas “do caminho certo, mesmo quando a pauta era inconveniente ao governo”, mas completa em seguida: “Posso não ter sido muito eficiente neste meu papel de assessor-repórter, não fornecendo todas as informações que eles queriam, mas posso garantir a vocês que nunca passei uma informação errada a nenhum deles.”.
Kotscho diz ainda que o “jornalismo é, por natureza, uma atividade crítica, investigativa, que procura denunciar o que há de errado para que seja consertado”, e logo depois atesta: “Antes que me perguntem se no governo poderia fornecer todas as informações de que dispunha, inclusive as que eram contra os interesses do governo, já vou logo respondendo que não.”.
Falei sobre o tema, aqui no Escrevinhamentos, no ano passado, no artigo “Jornalismo e assessoria de imprensa: ética e realidade”. Discordo de Kotscho. Jornalismo e assessoria de imprensa não são a mesma coisa (isso não fica claro nas suas próprias afirmações). Em Jornalismo espera-se que a notícia tenha isenção e transparência. Em assessoria de imprensa isenção e transparência são filtradas sempre pelo interesse do patrão.
Em seu raciocínio Kotscho diz: “Também nunca escrevi nada contra os interesses do Estadão, do JB, da revista Istoé, da Folha, da Globo, da Bandeirantes, do SBT, da revista Época, nem de nenhum outro veículo onde já tenha trabalhado.”.
Ora, não o fez, pois, diferentemente do que se ensina das universidades, a ética é um objetivo a ser alcançado e não um parâmetro a ser seguido de olhos fechados. Escrever contra o interesse do patrão é assinar bilhete azul, em qualquer lugar. Cabe a cada um consultar sua consciência (e as contas a serem pagas no final do mês) e tomar a decisão que melhor lhe caber.
Em assessoria de imprensa este conflito inexiste. Não é função de assessor de imprensa se digladiar moralmente sobre se um fato que prejudica seu patrão deve ou não ser divulgado. Ele, simplesmente, não deve.
Segundo Kotscho, ambas as atividades são jornalismo: “...tudo tem que ser bem feito, tem que ser honesto _ e não importa se estou trabalhando numa redação ou numa assessoria de imprensa... A matéria prima é a mesma: a informação de qualidade, quer dizer, bem checada e confiável para divulgação... Caso contrário, meu trabalho não serviria nem para o governo, nem para a imprensa.”, afirma.
Diz ainda que quando ocupou a secretaria de Imprensa e Divulgação do Governo Lula, nunca tirou jornalistas “do caminho certo, mesmo quando a pauta era inconveniente ao governo”, mas completa em seguida: “Posso não ter sido muito eficiente neste meu papel de assessor-repórter, não fornecendo todas as informações que eles queriam, mas posso garantir a vocês que nunca passei uma informação errada a nenhum deles.”.
Kotscho diz ainda que o “jornalismo é, por natureza, uma atividade crítica, investigativa, que procura denunciar o que há de errado para que seja consertado”, e logo depois atesta: “Antes que me perguntem se no governo poderia fornecer todas as informações de que dispunha, inclusive as que eram contra os interesses do governo, já vou logo respondendo que não.”.
Falei sobre o tema, aqui no Escrevinhamentos, no ano passado, no artigo “Jornalismo e assessoria de imprensa: ética e realidade”. Discordo de Kotscho. Jornalismo e assessoria de imprensa não são a mesma coisa (isso não fica claro nas suas próprias afirmações). Em Jornalismo espera-se que a notícia tenha isenção e transparência. Em assessoria de imprensa isenção e transparência são filtradas sempre pelo interesse do patrão.
Em seu raciocínio Kotscho diz: “Também nunca escrevi nada contra os interesses do Estadão, do JB, da revista Istoé, da Folha, da Globo, da Bandeirantes, do SBT, da revista Época, nem de nenhum outro veículo onde já tenha trabalhado.”.
Ora, não o fez, pois, diferentemente do que se ensina das universidades, a ética é um objetivo a ser alcançado e não um parâmetro a ser seguido de olhos fechados. Escrever contra o interesse do patrão é assinar bilhete azul, em qualquer lugar. Cabe a cada um consultar sua consciência (e as contas a serem pagas no final do mês) e tomar a decisão que melhor lhe caber.
Em assessoria de imprensa este conflito inexiste. Não é função de assessor de imprensa se digladiar moralmente sobre se um fato que prejudica seu patrão deve ou não ser divulgado. Ele, simplesmente, não deve.
1 comentário:
Deve ser a idade. A visão fica turva e outras coisas também...
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