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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Conduzindo a boiada

O plebiscito é uma ferramenta de democracia direta a partir da qual a população, mediante o voto, pode decidir sobre políticas vitais para o seu futuro. No entanto, aliado a ele, é necessário democratizar a informação para que o voto seja embasado por conhecimento de causa. A máxima segundo a qual “a voz do povo é a voz de Deus”, as artimanhas que atribuem ao povo sabedoria suficiente para decidir sobre todos os campos do conhecimento, são balelas perigosas.

Defendo a democracia direta, mecanismos nos quais a população possa decidir diretamente sobre as coisas que lhe dizem respeito, que lhes permita exercer autoridade sobre o executivo e o legislativo, que de ao povo a chance de ser protagonista de seu destino.

No entanto, sem informação, de nada valem estas ferramentas de empoderamento popular. Que valor tem uma decisão popular se os que decidem não conhecem, de fato, as propostas em questão? Se não podem ser informadas com isenção sobre este ou aquele caminho?

Em uma sociedade dominada pela corrupção ou pelo poder político-econômico, uma consulta popular pode, até mesmo, ser um tiro pela culatra. De posse da máquina pública, com o poder midiático sob seu controle (ou amordaçado), determinadas forças podem, facilmente, manipular os fatos, criar mecanismos onde o autoritarismo se fortaleça sob o disfarce da democracia.

Leia mais sobre este tema:
- Sabedoria popular?

1 comentário:

Adriana Riess Karnal disse...

é por isso que gosto da cybercultura,pela democracia dos espaços não perdidos.