O menino caminhava pela calçada.
A bola na mão era azul
Azul como o mundo
por onde o menino andava.
Na cabeça do menino
a bola azul era o mundo.
E ele caminhava com o cuidado
de quem traz nas mãos
a humanidade.
O mundo,
nas mãos do menino,
é livre.
Livre como seria qualquer mundo
nas mãos de meninos.
Parado na calçada
ele me sorri.
Ele me sorri e na verdade
me acorda.
E só então
continua caminhando
com o mundo nas mãos.
4 comentários:
Que bom que o menino passou a bola antes de o sonho terminar... Agora, o eu lírico deve continuar a brincadeira.
Todas as crianças possuem o mundo em suas mãos, até o momento em que tiramos o mundo deles...
caminhando com o mundo na boca
a criança virou poeta
enxugando palavras como
pedras de gelo, discreta
e todo o mundo dizia: é louca
ela continuou, num blog, certa
de que o verdadeiro poeta
ainda não é nem criança
nem nasceu no mundo
ainda só dança
com o olhar mudo
Belo complemento Taiyo.
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