Semana On

sábado, 3 de janeiro de 2009

Poema de inocência

O menino caminhava pela calçada.
A bola na mão era azul
Azul como o mundo
por onde o menino andava.

Na cabeça do menino
a bola azul era o mundo.
E ele caminhava com o cuidado
de quem traz nas mãos
a humanidade.

O mundo,
nas mãos do menino,
é livre.
Livre como seria qualquer mundo
nas mãos de meninos.

Parado na calçada
ele me sorri.
Ele me sorri e na verdade
me acorda.

E só então
continua caminhando
com o mundo nas mãos.

4 comentários:

BAR DO BARDO disse...

Que bom que o menino passou a bola antes de o sonho terminar... Agora, o eu lírico deve continuar a brincadeira.

Alice Salles disse...

Todas as crianças possuem o mundo em suas mãos, até o momento em que tiramos o mundo deles...

Taiyo Jean Omura disse...

caminhando com o mundo na boca
a criança virou poeta
enxugando palavras como
pedras de gelo, discreta
e todo o mundo dizia: é louca

ela continuou, num blog, certa
de que o verdadeiro poeta
ainda não é nem criança
nem nasceu no mundo
ainda só dança
com o olhar mudo

Barone disse...

Belo complemento Taiyo.