Semana On

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Retrato do Brasil

Índios, negros, amarelos, brancos? Somos seres humanos e brasileiros de quebra.



Que preto, que branco, que índio o quê?
Que branco, que índio, que preto o quê?
Que índio, que preto, que branco o quê?
Que preto branco índio o quê?
Branco índio preto o quê?
Índio preto branco o quê?

Aqui somos mestiços mulatos
Cafuzos pardos mamelucis sararás
Crilouros guaranisseis e judárabes

Orientupis orientupis
Ameriquítalos luso nipo caboclos
Orientupis orientupis
Iberibárbaros indo ciganagôs

Somos o que somos
Inclassificáveis

Não tem um, tem dois
Não tem dois, tem três
Não tem lei, tem leis
Não tem vez, tem vezes
Não tem Deus, tem Deuses
Não há sol a sós

Aqui somos mestiços mulatos
Cafuzos pardos tapuias tupinamboclos
Americarataís yorubárbaros

Somos o que somos
Inclassificáveis

Que preto, que branco, que índio o quê?
Que branco, que índio, que preto o quê?
Que índio, que preto, que branco o quê?
Não tem um, tem dois
Não tem dois, tem três
Não tem lei, tem leis
Não tem vez, tem vezes
Não tem deus, tem deuses
Não tem cor, tem cores
Não há sol a sós

Egipciganos tupinamboclos
Yorubárbaros carataís
Caribocarijós orientapuias
Mamemulatos tropicaburés
Chibarrosados mesticigenados
Oxigenados debaixo do sol

Nei Matogrosso

4 comentários:

Alice Salles disse...

essa letra eh uma verdadeira ode a mistura brasuca que nos faz assim tao especiais!
adorei!

Luiz Felipe Vasques disse...

E é completamente politicamente incorreto hoje. Já vi uma candidata a modelo, mulata, dando chilique por ser chamada assim, "eu sou negra!".

Não é impressionante o desserviço do Movimento Negro à construção da identidade brasileira, ao adotar uma lógica binária à situação?

Não é impressionante ver como somos ser destinados a ser uma colônia americana até em questões de minorias?

Barone disse...

Concordo plenamente com você Felipe.

Adriana Godoy disse...

Barone, escrevi um poema há muito tempo chamado Pero Jaz, gostaria que você desse uma olhada lá no meu blog, é de novembro de 2005.
Andei lendo seus outros poemas e me delicio sempre. Voltarei. Beijo. Gostei deste SAL.