Índios, negros, amarelos, brancos? Somos seres humanos e brasileiros de quebra.
Que preto, que branco, que índio o quê?
Que branco, que índio, que preto o quê?
Que índio, que preto, que branco o quê?
Que preto branco índio o quê?
Branco índio preto o quê?
Índio preto branco o quê?
Aqui somos mestiços mulatos
Cafuzos pardos mamelucis sararás
Crilouros guaranisseis e judárabes
Orientupis orientupis
Ameriquítalos luso nipo caboclos
Orientupis orientupis
Iberibárbaros indo ciganagôs
Somos o que somos
Inclassificáveis
Não tem um, tem dois
Não tem dois, tem três
Não tem lei, tem leis
Não tem vez, tem vezes
Não tem Deus, tem Deuses
Não há sol a sós
Aqui somos mestiços mulatos
Cafuzos pardos tapuias tupinamboclos
Americarataís yorubárbaros
Somos o que somos
Inclassificáveis
Que preto, que branco, que índio o quê?
Que branco, que índio, que preto o quê?
Que índio, que preto, que branco o quê?
Não tem um, tem dois
Não tem dois, tem três
Não tem lei, tem leis
Não tem vez, tem vezes
Não tem deus, tem deuses
Não tem cor, tem cores
Não há sol a sós
Egipciganos tupinamboclos
Yorubárbaros carataís
Caribocarijós orientapuias
Mamemulatos tropicaburés
Chibarrosados mesticigenados
Oxigenados debaixo do sol
Nei Matogrosso
4 comentários:
essa letra eh uma verdadeira ode a mistura brasuca que nos faz assim tao especiais!
adorei!
E é completamente politicamente incorreto hoje. Já vi uma candidata a modelo, mulata, dando chilique por ser chamada assim, "eu sou negra!".
Não é impressionante o desserviço do Movimento Negro à construção da identidade brasileira, ao adotar uma lógica binária à situação?
Não é impressionante ver como somos ser destinados a ser uma colônia americana até em questões de minorias?
Concordo plenamente com você Felipe.
Barone, escrevi um poema há muito tempo chamado Pero Jaz, gostaria que você desse uma olhada lá no meu blog, é de novembro de 2005.
Andei lendo seus outros poemas e me delicio sempre. Voltarei. Beijo. Gostei deste SAL.
Enviar um comentário