Semana On

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Nosso novo, velho jornalismo

Nosso novo, velho jornalismo...

Relendo o primeiro volume do “Teorias do Jornalismo”, do Nelson Traquina, me deparei com duas passagens curiosas sob o ponto de vista do jornalismo que se pratica hoje no Brasil, especialmente nos grotões onde os poucos leitores e anunciantes são disputados no tapa por jornais com tiragem indigente e emissoras de TV e rádio onde a notícia é mera coadjuvante na programação.

A primeira passagem é uma reflexão sobre “The image of the Journalists in France, Germany, and England, 1845-1848”, de Leonor O’Boyle, segundo a qual a nova classe média inglesa no século 19 formou um público que queria notícias políticas e econômicas, de modo que foi possível a um jornal diário atrair leitores e anunciantes suficientes para se auto-sustentarem, sem qualquer dependência de subsídios políticos.

Na segunda passagem, Traquina cita estudos segundo os quais havia, na França do século 19, pouca publicidade paga e escasso público leitor. Como consequência, os jornais franceses não conseguiam se transformar em negócio lucrativos e auto-suficientes. “Permaneciam dependentes financeiramente dos vários partidos políticos, e assim altamente politizados e partidários”, afirma o acadêmico português.

Ora, substituindo a geografia de ambas as citações pelo Mato Grosso do Sul da atualidade chego a conclusão de que ainda praticamos um jornalismo ao etilo do século 19.

Sem comentários: