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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Under the dome - Stephen King

É incrível a imaginação do escritor norte-americano Stephen King, sua capacidade de escrever mais rápido do que seus leitores conseguem ler suas obras. Trata-se de uma das imaginações mãos ricas da literatura mundial, em especial em seu principal campo de trabalho: o fantástico. Isto fica claro novamente em seu mais novo romance, “Under the dome” (ainda sem previsão de lançamento no Brasil), cuja leitura finalizei ontem.

O livro, como boa parte da obra de King, parte de uma normalidade aparente para uma situação de extremo confronto com a realidade. O enredo é instigante. Imagine que, de repente, sem aviso prévio, sem o mais leve indício, sua cidade fosse isolada do mundo por uma redoma, um campo de força invisível, de procedência ignorada e composição desconhecida. Imagine que, deste momento em diante, as únicas pessoas com quem você pudesse contar fossem os membros desta comunidade enredada na redoma.

A partir deste fato inusitado, King traça um roteiro composto por cobiça, autoritarismo, covardia e alguns momentos de heroísmo. Um retrato das fraquezas humanas exposto sobre Chester's Mills, uma pequena cidade no estado do Maine, uma comunidade dominada pela força da demagogia política e enfraquecida pela inércia.

Um dos personagens principais, o vilão Big Jim Rennie, é o retrato de muitos políticos que imaginam que todos os seus atos, mesmo aqueles em benefício próprio, têm a benção de Deus e o bem público como resultado final.

Big Jim, um alcaide maquiavélico, aproveita-se do isolamento da cidade para controlá-la com mão de ferro. Ele é confrontado por poucos, entre eles um veterano da guerra do Iraque, Dale Barbara, pela dona do jornal local, Julia Shumway e meia dúzia de corajosos. O confronto, enredado por assassinatos e pela busca por uma explicação racional para o domo, é a linha condutora do romance.

Para completar a trama, há o domo propriamente dito. Além de impedir que as pessoas entrem ou saiam da cidade, ele bloqueia os riachos e o vento. Aos poucos, com os confrontos que se espalham pela cidade, o próprio ar vai se tornando irrespirável, o céu escurece e o desespero transforma a população de Chester's Mills em formigas aprisionadas em um experimento escolar.

“Unde the dome” começou a ser rabiscado nos anos 70, quando King teve uma idéia para uma nova história. Chegou a fazer duas tentativas para lançá-la, primeiro com o título "The Cannibals" e depois como "Under The Dome", mas os projetos não andaram e a idéia ficou de lado, a espera de um novo desenvolvimento. E como se desenvolveu. Das 450 páginas iniciais, o 51º livro de Stephen King acabou sendo lançado com 1088.

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