Semana On

sábado, 13 de novembro de 2010

Poesia aos sábados

Plague

Seus poemas:
centopéias subindo em minhas pernas
quando os leio.

Seus poemas me ateiam
e a palavra-taturana dói
tamborilando os pés de azeite quente
em meus seios.

Seus poemas:
caranguejos caminhando pelas minhas costas,
soletrando vértebras
entre suas patas,
pinicando medo sob suas pinças,

seus poemas mordem
minhas omoplatas...

Seus poemas-praga:
devastação que não se aplaca
nem com o gelo
dos meus dedos de queimada.

Flávia Peres, eta semana, no Poema Dia.