Semana On

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Participe da campanha da Jewish Voice for Peace para romper o cerco à Gaza


Quando tive conhecimento do ataque israelense contra a Flotilha de Gaza, ás 2h30 do dia 31 de maio, me senti enjoado. Imediatamente entrei em contato com uma amiga querida em Jerusalém, uma das mais comprometidas ativistas que eu conheço. Através do oceano eu pude ouvir por sua voz que ela estava em lágrimas. “O pior de tudo”, ela disse, “é que nada vai mudar”.

“Não”, eu respondi, “Não podemos acreditar nisso. As coisas têm que mudar”.

“Então”, ela disse, “isso terá de partir de você, os estrangeiros.

Ela está certa. Cabe a nós, os estrangeiros, tanto aqui nos Estados Unidos quanto no resto do mundo, tomar a iniciativa.

É por isso que eu peço que você envie um a mensagem ao presidente Obama, se você vive fora dos Estados Unidos, e para Obama e o Congresso norte-americano se você mora nos Estados Unidos, pedindo a imediata libertação dos ativistas pelos direitos humanos, pelo fim do cerco à Gaza, por uma investigação imparcial sobre o ataque a Flotilha e pela suspensão da ajuda norte-americana até que Israel se curve às leis internacionais.

Nós ainda não sabemos ao certo o que ocorreu com a frota que carregava cerca de 700 ativistas dos direitos humanos provenientes de todo o mundo e cerca de 10 toneladas de ajuda humanitária à Gaza – Israel tem mantido os ativistas sob um total bloqueio midiático enquanto espalha sua inverossímil versão dos eventos. O que sabemos até agora é que comandos israelenses abordaram os navios em águas internacionais e mataram pelo menos dez ativistas e feriram outras dezenas.

Israel insiste em que seus bem treinados comandos foram forçados a usar força letal contra os ativistas, criando uma nova definição de legítima defesa. Em um dos primeiros relatos, um membro do parlamento israelense e um câmera da Al Jazeera que estavam a bordo dos navios descreveram uma cena de caos, com civis acenando bandeiras brancas e os comandos usando armas de choque, balas de borracha e gás lacrimogêneo. Seja o que for que tenha ocorrido quando os comandos armados abordaram os navios, o assassinato de civis por parte do exército israelense é inaceitável.

Ainda não sabemos os nomes daqueles que foram mortos ou feridos, e de onde eles são. Não sabemos também o paradeiro e o estado de saúde dos mais de 400 ativistas que encontram-se detidos em Israel.

Estas mortes, e o ataque aos navios, atingiram a todos nós ao redor do mundo. Ali havia pessoas de 40 países, incluindo israelenses e palestinos. Israel enviou comandos armados sobre civis, em águas internacionais, em um ato flagrantemente ilegal com o intuito de justificar os cerca de três anos de cerco ilegal a Gaza – um cerco que tem deixado 1,5 milhão de pessoas – homens, mulheres e crianças – vivendo como prisioneiras, com dietas racionadas, privados de coisas simples como batatas chips, instrumentos musicais e brinquedos. A Flotilha não pretendia apenas sanar esta carência. O objetivo era assegurar os direitos dos palestinos às suas rotas marítimas, terrestres e aéreas, sua ligação com o resto do mundo e reafirmar a necessidade do fim do bloqueio.

Eu sei que há um momento na vida em que você simplesmente precisa fincar pé em uma decisão. Você não pode se sentar em silêncio e observar a destruição da vida, tacitamente apoiada por governos mundo afora, e simplesmente não fazer nada.

A Flotilha estava ocupada por pessoas como você e eu, que finalmente decidiram que era hora de arriscar suas vidas e tomar posição para quebrar os muros desta prisão. E nós agradecemos a elas.

Agora, como cidadãos do mundo, nós devemos isso ao povo da Palestina e aos israelenses que querem viver em paz, às bravas pessoas da Flotilha. Devemos criar um movimento para fazer Israel aceitar as leis internacionais e os padrões mais simples de decência humana – especialmente porque nosso governo falhou neste intento.

A resposta do governo dos Estados Unidos tem sido totalmente inadequada, com uma declaração morna de “lamento pela perda de vidas”, sem estabelecer qualquer crítica pelo fiasco, sem adotar quaisquer sanções pelos atos de Israel. Por favor, junte-se a mim na tentativa de dizer ao presidente Obama e ao Congresso que basta, basta.

Os impostos norte-americanos financiam a ocupação israelense e, ao lado do suporte diplomático, faz parecer que qualquer ato israelense, não importa o quão tolo, será apoiado pelo poder norte-americano.

É hora de dar um fim a esta situação.

Temos que continuar construindo um movimento global pela justiça, em todos os níveis. As pessoas precisam superar as ações inefetivas de seus governos e usar a pressão econômica (por meio de boicotes) para fazer o governo de Israel se curvar às leis internacionais.

É hora dos Estados Unidos, como aliado de Israel e nação mais poderosa do mundo, parar com o suporte incondicional ao governo israelense. Fazendo isso protegeremos israelenses e palestinos, cidadãos americanos e de todo o mundo.

CLIQUE AQUI PARA ENVIAR UMA MENSAGEM AO PRESIDENTE BARACK OBAMA E AO CONGRESSO AMERICANO PEDINDO O IMEDIATO FIM DO BLOQUEIO À GAZA, UMA INVESTIGAÇÃO INTERNACIONAL E IMPARCIAL SOBRE A TRÁGICA MORTE DE CIVIS EM UMA MISSÃO HUMANITÁRIA E A SUSPENSÃO DA AJUDA MILITAR A ISRAEL ATÉ QUE SEJA ASSEGURADO QUE ESTA AJUDA NÃO SEJA USADA PARA COMETER ABUSOS.

Rebecca Vilkomerson,
Executive Director,
Jewish Voice for Peace

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