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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Carnaval dos velhos tempos

Se há alguns anos alguém me dissesse que em uma cidade incrustada no pantanal sul-mato-grossense, fronteiriça à Bolívia, acontece um Carnaval que mantém viva as tradições dos carnavais de antigamente – com direito aos cordões, corsos, blocos de palhaços e marinheiros, pastoras, pierrôs e colombinas - eu acharia tratar-se de uma brincadeira.

Hoje, depois de dez anos vivendo em Mato Grosso do Sul, ainda me espanto ao verificar que este Carnaval dos velhos tempos acontece, de fato, a pouco mais de 400 km de Campo Grande. Todos os anos o estado é brindado com uma viagem no tempo, uma volta ao Rio de Janeiro das décadas de 20 a 40, uma renovação do verdadeiro Carnaval em plena Cidade Branca, Corumbá.

Apesar do carioca pouco conhecer sobre Corumbá, os corumbaenses guardam muito do jeito de ser do carioca, fruto da influência da marinha e, também, dos tempos áureos, quando as ricas famílias corumbaenses enviavam seus filhos para estudar no Rio de Janeiro. Durante o Carnaval, estas semelhanças se intensificam, a ponto de mais de um cronista já ter dito que Corumbá é um grande subúrbio carioca.

Passei neste ano meu terceiro Carnaval em Corumbá, um banho de vida para quem se acostumou à modorrenta programação carnavalesca campo-grandense – se é que existe Carnaval por aqui.

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