Semana On

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

As ruínas - Scott Smith

Sempre que vou a São Paulo visito a livraria Cultura. É um de meus passeios prediletos e necessários. Coisas de quem vive no interior. Além de passear, compro. Desta vez trouxe “A história da Palestina”, de Ilan Pappé, “Pobre Nação”, de Robert Fisk, “O Chamado de Cthulhu e outros contos”, de HP Lovecratf e “As ruínas”, de Scott Smith. Os dois últimos se inserem no nicho mais mundano de minhas preferências literárias, o horror e o fantástico. Resenhei a coletânea de Lovrecraft estes dias e, semana passada, finalizei o livro de Smith.

O sumário do livro resume a ópera:

Quatro amigos decidem passar as férias nas praias de Cancun. O programa se torna um verdadeiro pesadelo quando o grupo decide unir-se a Mathias, um alemão que conhecem no hotel, em uma busca por seu irmão, que desapareceu misteriosamente ao tentar encontrar ruínas maias localizadas no coração da selva mexicana.

Ao seguir uma trilha na mata, os jovens acabam presos em uma clareira. Com estoques reduzidos de água e comida, e envoltos por um clima de tensão que cresce a cada momento, eles logo percebem que estão sendo observados por alguém... Um ser que conhece seus maiores medos e fraquezas, ávido por sangue e discórdia.

Com suas vidas em risco e cercados por um inimigo sem face, dotado de uma inteligência desafiadora, os jovens terão de tentar impedir que suas tão bem escondidas angústias venham à tona. Um romance sobre as inesperadas reações que as pessoas são capazes de assumir quando confrontadas com uma situação-limite e nossa fragilidade diante do poder da natureza.


O pano de fundo do livro permitiria a construção de um enredo rico para quem aprecia o gênero. Jovens descompromissados e de personalidade complexa, um cenário exótico e misterioso, ruínas de uma civilização perdida, o choque cultural entre o primeiro e o terceiro mundo. Me senti envolvido pelo clima até o momento em que o autor revelou o que havia por detrás de sua trama: uma espécie de planta assassina e consciente retida às imediações de uma pirâmide maia.

Já li muitos contos fantásticos que tem no escatológico sua base estrutural. Há histórias sensacionais, como as assinadas por Stephen King, especialmente. O modelo não funcionou em “As ruínas”. Apesar do clima de terror e desespero, bem conduzido pelo autor – seis jovens presos na ruína, cercados por aldeões que os impedem de deixar o local como se fizessem uma oferenda à planta, privados de água e alimentos – o artifício de usar a vegetação como vilã não emplacou.

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