"Adolescentes que chegam aos bancos do ensino superior movidos por seus sonhos puros e grandiosos encontram verdadeiros paredões de pessimismo e acidez. A marteladas, são forçados a se convencer de que o jornalismo não melhora o mundo, não muda a vida, não traz realização pessoal: é meramente uma ferramenta nas mãos das 'elites' perversas que se dedicam sem descanso a dominar corações e mentes. O jornalismo seria a arte de tecer mentiras a favor da 'classe dominante'. Em pouco tempo, esses meninos são intimados a se envergonhar, a se arrepender de suas aspirações de criança e, sem perceber, passam a carregar a cruz ressentida das gerações que lhes deveriam servir de inspiração e encorajamento. Em alguns casos, as salas de aula se converteram em câmaras de triturar esperanças e utopias pessoais. Muitas vezes, ensinam a criticar (muito mal e precariamente) a imprensa, mas não estimulam (nem ensinam) a fazer imprensa. É uma pena."
O professor Eugênio Bucci, em brilhante artigo publicado no Observatório em maio.
O professor Eugênio Bucci, em brilhante artigo publicado no Observatório em maio.
1 comentário:
Barone, fantástico!! Isso não acontece só com os Cursos de Jornalismo, mas ocorre em muitas áreas e é lugar comum, principalmente, nas mais bem conceituadas faculdades. Gostei desse artigo.
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