Interessante a entrevista do psicólogo canadense Robert Hare, 74, na Veja desta semana. Suas pesquisas levaram, em 1991, a identificação dos critérios que hoje diagnosticam os portadores desse transtorno de personalidade. Na entrevista, conduzida pela jornalista Laura Diniz, ele recorda os estudos realizados na década de 60, segundo as quais as condições sociais não têm mais influência sobre a formação de uma psicopatia do que os genes que cada um de nós carrega. “Hoje sabemos que, ainda que vivêssemos uma utopia social, haveria psicopatas”, afirma Hare.
Esta leitura se confrontou com as linhas de pensamento em voga desde a década de 20, em especial focadas no trabalho de John B. Watson, que dizia que ao nascer, nós somos como páginas em branco: o ambiente determina tudo. Daí surgiu o termo sociopata, sugerindo que a patologia do indivíduo era fruto do ambiente – ou seja, das suas condições sociais, econômicas, psicológicas e físicas. “Isso incluía o tratamento que ele recebeu dos pais, como foi educado, com que tipo de amigos cresceu, se foi bem alimentado ou se teve problemas de nutrição. Os adeptos dessa corrente defendiam a tese de que bastava injetar dinheiro em programas sociais, dar comida e trabalho às pessoas, para que os problemas psicológicos e criminais se resolvessem.”.
O ambiente familiar, segundo o pesquisador, tem influência sobre a formação destes indivíduos, mas não de forma determinante. “O ambiente tem um grande peso, mas não mais do que a genética. Na verdade, ambos atuam em conjunto. Os pais podem colaborar para o desenvolvimento da psicopatia tratando mal os filhos. Mas uma boa educação está longe de ser uma garantia de que o problema não aparecerá lá na frente, visto que os traços de personalidade podem ser atenuados, mas não apagados. O que um ambiente com influências positivas proporciona é um melhor gerenciamento dos riscos.”
Nesta roleta russa há, no entanto, formas de identificar comportamentos que indiquem a propensão de um indivíduo desenvolver a psicopatia desde a infância: “Não há nada que indique que uma criança forçosamente se transformará num psicopata, mas é possível notar que algo pode não estar funcionando bem. Se a criança apresenta comportamentos cruéis em relação a outras crianças e animais, é hábil em mentir olhando nos olhos do interlocutor, mostra ausência de remorso e de gratidão e falta de empatia de maneira geral, isso sinaliza um comportamento problemático no futuro.”
Segundo Hare, a estimativa é que cerca de 1% da população mundial preencheria os critérios para o diagnóstico de psicopatia. No Brasil, haveria, então, cerca de 1,8 milhões de psicopatas.
Esta leitura se confrontou com as linhas de pensamento em voga desde a década de 20, em especial focadas no trabalho de John B. Watson, que dizia que ao nascer, nós somos como páginas em branco: o ambiente determina tudo. Daí surgiu o termo sociopata, sugerindo que a patologia do indivíduo era fruto do ambiente – ou seja, das suas condições sociais, econômicas, psicológicas e físicas. “Isso incluía o tratamento que ele recebeu dos pais, como foi educado, com que tipo de amigos cresceu, se foi bem alimentado ou se teve problemas de nutrição. Os adeptos dessa corrente defendiam a tese de que bastava injetar dinheiro em programas sociais, dar comida e trabalho às pessoas, para que os problemas psicológicos e criminais se resolvessem.”.
O ambiente familiar, segundo o pesquisador, tem influência sobre a formação destes indivíduos, mas não de forma determinante. “O ambiente tem um grande peso, mas não mais do que a genética. Na verdade, ambos atuam em conjunto. Os pais podem colaborar para o desenvolvimento da psicopatia tratando mal os filhos. Mas uma boa educação está longe de ser uma garantia de que o problema não aparecerá lá na frente, visto que os traços de personalidade podem ser atenuados, mas não apagados. O que um ambiente com influências positivas proporciona é um melhor gerenciamento dos riscos.”
Nesta roleta russa há, no entanto, formas de identificar comportamentos que indiquem a propensão de um indivíduo desenvolver a psicopatia desde a infância: “Não há nada que indique que uma criança forçosamente se transformará num psicopata, mas é possível notar que algo pode não estar funcionando bem. Se a criança apresenta comportamentos cruéis em relação a outras crianças e animais, é hábil em mentir olhando nos olhos do interlocutor, mostra ausência de remorso e de gratidão e falta de empatia de maneira geral, isso sinaliza um comportamento problemático no futuro.”
Segundo Hare, a estimativa é que cerca de 1% da população mundial preencheria os critérios para o diagnóstico de psicopatia. No Brasil, haveria, então, cerca de 1,8 milhões de psicopatas.
8 comentários:
é exatamente isso que eu tava tentando dizer ao adalto aquele dia! ;)
Muito interessante!!!
Muito interessante isso. existem crianças que eu olho e penso: nossa, essa criança é maudosa. Uma vez falei isso para um amigo meu que é pai e ele só faltou me bater. "onde já se viu, não existe criança maudosa". Ahhh, existe, existe sim e o Robert Hare me apoia nessa.
B-joss Barone. é otimo passar por aqui.
Bem, é como dizem: um psicopata se parece tanto como qquer outra pessoal dita normal...
O lance é: em que graus do poder público eles podem ser encontrados? :)
Eles estão bem perto...é só ter um olhar e sentido mais apurados. Esclarecedor esse artigo.
certamente! esses 1,8 milhoes estao bem nas nossas fuças.
Sim, estão bem pertinho de nós.
Estou nessa lista....kkkkkkkkkk
beijo
..............cris Animal
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