Semana On

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Depois da Guerra contra o Terror, sionistas apostam nos herdeiros de Hitler

O texto abaixo é uma análise sobre a palestra de Anne Bayefsky, Jon Voight, Elie Wiesel, Alan Dershowitz, Natan Sharansky e Shelby Steele, proferida na terça-feira durante a “Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Outras Formas Relacionadas de Intolerância” - conhecida como Durban 2 - que acontece em Genebra (Suíça). A autoria é de Cecilie Surasky, do grupo Jewish Voice for Peace (JVP) e a tradução é minha.

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Isso foi o que um amigo palestino da Cisjordânia me disse, tremendo, depois de duas horas de ódio durante a palestra proferida por Anne Bayefsky, Jon Voight, Elie Wiesel, Alan Dershowitz, Natan Sharansky e Shelby Steele: “Eu apenas escutei durante duas horas a demonização dos palestinos e muçulmanos, alimentada por racismo e ódio”.

Eu já havia postado algumas notas sobre Jon-o-novo-Holocausto-Voight, mas o prato principal da palestra - que trataria do anti-semitismo, mas que na verdade tratou-se de uma promoção de anti-arabismo e de ódio aos árabes, palestinos e muçulmanos – era Alan Dershowitz.

Dershowitz é um pavão, muito inteligente e raivoso. Ao observá-lo você se sente como se ele estivesse prestes a explodir. Como todo bom demagogo, ele sabe como atiçar a platéia até os mais calorosos aplausos. Admito, tenho medo dele.

Na era de Obama e da exaustão da Guerra do Iraque, a Guerra ao Terror claramente não provê mais a base que o lobby de Israel precisa para deslegitimar as reivindicações dos palestinos por justiça ou, francamente, apenas por decência. Na palestra, Dershowitz lançou um novo argumento ocupar esta lacuna. Desde algum tempo Netanyahu e sua turma têm se apoiado sobre uma comparação entre Hitler e Ahmedinejad. Mas foi a primeira vez que eu ouvi uma comparação entre palestinos e nazistas (com poucas exceções, é claro, pois Dersh “não gosta de generealizar”). Veja algumas transcrições do vídeo acima:

A dolorosa verdade sobre o Holocausto hoje está sendo suprimida dos campi universitários, ela está sendo suprimida onde quer que o conflito palestino seja discutido. Meu doloroso trabalho hoje é falar sobre uma destas verdades históricas que muitos preferem ver ignorada.

A terrível, terrível, terrível tragédia é que existia uma linha direta entre Hitler e (o Mufti palestino anti-semita) Husseini, assim como há com o Hamas e a Jihad Islâmica. Eles são os herdeiros de Hitler. Ahmedinejad é herdeiro de Hitler. Estes, que têm sido cúmplices deste mal, são cúmplices do nazismo. O nazismo não desapareceu do mundo de hoje. Eles têm os mesmos objetivos genocidas…

Ai de vocês que apóiam o Hamas! Vocês estão apoiando os herdeiros de Hitler. Não importa se você se considera uma pessoa de esquerda ou de centro, você está sendo cúmplice do maior mal do século vinte. E não há como quebrar este vínculo. Enquanto o Hamas mantiver suas atitudes genocidas contra o povo judeu...


Há muito a ser dito sobre esta linha de raciocínio. Em posts futuros.

2 comentários:

Vanessa Anacleto disse...

Olha Barone, eu não sou jornalista, nem especialista sobre o assunto. Não sou judia nem palestina. Tampouco tenho relações quem seja. Apenas simpatizo com a causa palestina desde que ouvi essa história ser contada pela primeira vez. Li alguns livros sobre o assunto e conversei com algumas pessoas.
Notícias como esta me deixam com a impressão as vezes de que estou sonhando, ou naquele estágio do quase sono, onde não dá para saber se o que está acontecendo é mesmo verdade - já que não faz sentido. Melhor dizendo, é o estágio do quase pesadelo.

Abraço e... seu blog é bom demais.

Barone disse...

Oi Vanessa,
também não sou judeu nem palestino, mas tenho horror a preconceito. Os judeus sentiram – e ainda sentem – na pela esta mal. Isso, no entanto, não dá a eles o direito de monopolizar a discriminar outros povos. É isso o que ocorre hoje em Israel.
Beijo.