gosto amargo de azeitona e berinjela
mais um travo de desejo amarfanhado
meio copo de cerveja sobre a mesa
cheiro acre de fumaça de cigarro.
para além de tudo aquilo paira ela
boca seca amanhecido olhar parado
tão afeita à solidão e à incerteza
enojada de seu corpo e o que é bizarro
masturbando-se à janela de manhã
a fitá-lo adormecido abandonado
entre os restos de comida no tapete
e o cachorro aconchegado no divã.
vomitou pouco depois de haver gozado
e rendeu-se ao abandono das paredes.
Márcia Maia, no Poema Dia
1 comentário:
victor, você é um felizardo...
a marcinha é uma enorrrrrrrrrrme poeta!
que texto, meu deus!
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