Semana On

sábado, 28 de fevereiro de 2009

No dos outros é refresco

Interessante o artigo “Virando a Folha”, de Sergio Leo. Trata-se de uma resposta ao artigo “Folha de São Paulo, cínica e mentirosa. Todo o apoio a Fabio Konder e Maria Victoria Benevides”, de Idelber Avelar, no qual Leo questiona as críticas feitas pelo último em relação a grande imprensa no Brasil. Concordo com Avelar, mas entendo a saia justa de Leo.

Afinal, Avelar chuta o pau da barraca (em defesa a Fabio Konder e Maria Victoria Benevides) dizendo aquilo que muita gente pensa, mas guarda para si, quando os assuntos são a hipocrisia e o baixo nível intelectual que reinam nas nossas redações. Cita “o paupérrimo, o assombrosamente rasteiro nível intelectual da grande mídia brasileira", diz que os jornalistas "além de mentirosos, venais e pouco transparentes, são fraquíssimos" e que os donos dos jornais têm "suas corjas de servidores". Pura (e doída) verdade quando observamos a regra.

Leo e sua esposa atuam nos jornalões (que não são melhores ou piores que os veículos de pequeno porte, visto que a crise moral na profissão é geral) e se doeu com as críticas. Confesso que também me sinto ferido. É que, em meio à hipocrisia reinante, há quem tente encaixar aqui e ali pinceladas de jornalismo de verdade na labuta diária. Como disse Leo, “esse tipo de ataque maniqueísta, virulento, totalizante deixa pouco espaço aos que, dentro dos jornais, tentam e muitas vezes conseguem fazer um trabalho de qualidade”.

É, há exceções. Melhor, há momentos de exceção durante a pasmaceira.

Ocorre que, logo depois, ele insiste em um argumento que me soa, realmente, típico de quem, como o próprio Leo diz, é “parte de uma corja que se acumplicia no projeto conspiratório dos jornais contra o interesse do povo”.

Diz ele: “Trabalho num jornal que é propriedade, em partes iguais, das famílias Frias e Marinho, que nunca me censuraram e me estimularam a trabalhar com bastante liberdade”. Diz também que os patrões não são os “vilões do imaginário daqueles que só enxergam manipulação nas empresas jornalísticas”.

Será? Fico com a leitura do Avelar.

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