Os pouco mais de cinco milhões de israelenses que foram às urnas ontem confirmaram o que os analistas anunciavam durante toda a semana: uma guinada para a direita. O partido Kadima, de centro, do atual premiê Ehud Olmert e liderado por Tzipi Livni, obteve 28 dos 120 assentos no Knesset (o parlamento israelense), seguido pelo Likud, de direita, liderado por Benjamin Netaniahu, que conquistou 27 assentos. A agremiação de extrema-direita Yisrael Beiteinu, liderada por Avigdor Lieberman, líder racista e anti-árabe, ficou em terceiro lugar com 15 assentos seguido pelo Partido Trabalhista, de centro-esquerda, com 13 assentos. Em quinto lugar vem o Shas (ultraortodoxo), com 11 parlamentares eleitos.
O cenário que se apresenta para o futuro da região é sombrio. De um lado os expansionistas da direita israelense, que nunca tiveram interesse em permitir o surgimento de um estado palestino ou de incorporar os palestinos a Israel na hipótese de um estado binacional. Do outro lado, os radicais islâmicos do Hamas, que de forma alguma são melhores que seus antagonistas entrincheirados do outro lado da fronteira. Para os que sonham com a paz, o pesadelo é terrível: um governo chefiado pelo Likud e sustentado pelo Yisrael Beiteinu de um lado, com o Hamas do outro.
Antes das eleições, o jornalista Gustavo Chacra entrevistou o historiador e escritor israelense Tom Segev, um dos autores mais importantes de Israel. Para ele, a guinada para a direita na política israelense, com o fortalecimento de Lieberman, deve-se à decepção dos israelenses com a política e o processo de paz. O historiador afirma que esse movimento rumo ao conservadorismo pode ser alterado no futuro, mas o momento não foi bom para Israel, devido a situação política nos Estados Unidos: "Os americanos acabaram de eleger Barack Obama. Está claro que querem superar as barreiras raciais. Em Israel, com o fortalecimento de Lieberman, acontece o oposto, porque o racismo está em crescimento", disse, e foi além: "Acho essa tendência muito perigosa. Não sabemos o quanto para a direita ainda poderemos ir", afirmou.
Segev disse, no entanto, que a possibilidade de uma aliança na qual Yisrael Beiteinu fique de fora não está descartada. "Talvez a coalizão junte os principais partidos, como o Likud, o Trabalhista e o Kadima. Precisamos saber como será composto o governo", concluiu.
O cenário que se apresenta para o futuro da região é sombrio. De um lado os expansionistas da direita israelense, que nunca tiveram interesse em permitir o surgimento de um estado palestino ou de incorporar os palestinos a Israel na hipótese de um estado binacional. Do outro lado, os radicais islâmicos do Hamas, que de forma alguma são melhores que seus antagonistas entrincheirados do outro lado da fronteira. Para os que sonham com a paz, o pesadelo é terrível: um governo chefiado pelo Likud e sustentado pelo Yisrael Beiteinu de um lado, com o Hamas do outro.
Antes das eleições, o jornalista Gustavo Chacra entrevistou o historiador e escritor israelense Tom Segev, um dos autores mais importantes de Israel. Para ele, a guinada para a direita na política israelense, com o fortalecimento de Lieberman, deve-se à decepção dos israelenses com a política e o processo de paz. O historiador afirma que esse movimento rumo ao conservadorismo pode ser alterado no futuro, mas o momento não foi bom para Israel, devido a situação política nos Estados Unidos: "Os americanos acabaram de eleger Barack Obama. Está claro que querem superar as barreiras raciais. Em Israel, com o fortalecimento de Lieberman, acontece o oposto, porque o racismo está em crescimento", disse, e foi além: "Acho essa tendência muito perigosa. Não sabemos o quanto para a direita ainda poderemos ir", afirmou.
Segev disse, no entanto, que a possibilidade de uma aliança na qual Yisrael Beiteinu fique de fora não está descartada. "Talvez a coalizão junte os principais partidos, como o Likud, o Trabalhista e o Kadima. Precisamos saber como será composto o governo", concluiu.
2 comentários:
Triste notícia essa. Temo ainda mais pelos palestinos. Quando a direita assume um poder, seja por força, seja legitimamente, sempre temo o pior. O Hamas pode usar isso a seu favor e aí a coisa vai complicar. Abraço.
Sim. Com o Hamas de um lado e a extrema direita de outro as coisas não vão ficar nada boas.
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