Semana On

sábado, 17 de janeiro de 2009

Drácula - Bram Stoker

Terminei ontem de ler Drácula, do escritor irlandês Bram Stoker. Escrito em 1897, o livro é o mais famoso conto sobre vampiros da literatura.

O Conde Drácula do livro de Bram Stoker pode ter sido inspirado no príncipe Vlad Tepes, que nasceu em 1431 e governou o território que corresponde à atual Romênia, nesta época dividida entre os mundos cristão e muçulmano. Vlad III ficou conhecido pela perversidade com que tratava seus inimigos. Embora obviamente não fosse um vampiro, sua crueldade alimentava o imaginário popular.

O pai de Vlad III, Vlad II, era membro de uma sociedade cristã romana chamada Ordem do Dragão, criada por nobres da região para defender o território da invasão dos turcos otomanos. Por isso Vlad II era chamado de Dracul (dragão), e, por conseqüência, seu filho passou a ser chamado Draculea (filho do dragão) - a terminação "ea" significa filho. A palavra “dracul”, entretanto, possuía um segundo significado (diabo) que foi aplicado aos membros da família Draculea por seus inimigos e possivelmente também por camponeses supersticiosos.

O livro é recheado de interesantes passagens nas quais a sociedade inglesa do fim do século 19 contrasta com as luzes do século 20. A leitura torna-se maçante e prolixa em muitos trechos, em especial nas confidencias de amor das cartas trocadas pelas personagens femininas, mas tem bons momentos, em especial as passagens que abordam a relação entre o “alienista” dr Seward e seu paciente, mentalmente escravizado por Drácula, sr. Renfield.

A seguir, aguns trechos e momentos que me chamaram a atenção dentro do contexto da obra.

“Aprendi a jamais desdenhar da crebça de ninguém, por mais estranha que seja”

“Não consegue admitir que ainda exietem muitas coisas que sua percepção não compreende, e todavia elas estão aí. Assim como também não pode acreditar que convivemos com certas pessoas capazes de ver coisas que nós outros, simplesmente mortais, nem poderemos imaginar. Existem, entretranto, coisas novas e antigas que não devem ser contempladas por olhos humanos, simplesmente porque sabem... ou pensam que sabem... determinadas coisas que vêm sendo segregadas a outros seres igualmente iniciados”

“... conforme diz o chavão popular escocês, não gosto de forma alguma de comp´rar ‘gatos em sacos’”

“Oh! Esta maravilhosa Sra. Mina! Ela é dotada de um cérebro de homem, um cérebro que somente poderia pertencer a um homem privilegiadamente bem dotado... e um coração de mulher.”

“...eles querem usar de sagacidade contra mim... contra mim, que comandei nações e teci mil intrigas entre elas; e que combati por elas, muitos séculos antes de eles terem nascido”

3 comentários:

Adriana Godoy disse...

Esse é um livro que marcou a minha adolescência e já reli várias vezes. E o mantenho nas minha estante na lista dos preferidos. Os trechos que você escolheu refletem bem uma época e, em pleno século XXI, ainda nos damos conta de que a "coisa" permanece.

Jacques disse...

Este foi o único livro que li do Bram Stocker.
Achei sua forma de narrativa bem interessante e cativante, onde ele consegue passar a atmosfera maldita da história para o leitor.
É realmente um ótimo livro.
Até mais.

Luiz Felipe Vasques disse...

'Dracula' tb esteve em minhas leituras de 2010, em parte pq eu queria já há tempos ler um dos clássicos fundamentais da moderna literatura fantástica, parte pq eu queria ter a base para ler o fenomenal 'Anno Dracula', de Kim Newman, editora Aleph aqui no Brasil. Caso queiras trocar figurinhas, abaixo vão os meus comentários.

http://blogdefc.blogspot.com/2010/04/dracula.html