Semana On

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

The Guardian, Lula e pitacos aleatórios

O blog do jornal inglês The Guardian publicou hoje uma reportagem intitulada “How to make friends and preside over people”, assinada por Angela Balakrishnan, na qual ressalta os recordes de popularidade batidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar da crise econômica mundial. O foco da jornalista é entender a receita do sucesso de Lula. Para isso ela apela para pesquisas nacionais, opiniões de leitores, para a Lei de Responsabilidade Fiscal e até para a ignorância do brasileiro em relação ao pavor vigente na economia internacional.

Para Balakrishnan, cedo ou tarde a crise atingirá Lula e o Brasil, o que poderá levar, segundo a análise da jornalista, a queda da popularidade do 35º presidente brasileiro. Para reforçar esta tese, a reportagem apresenta uma pesquisa segundo a qual a economia teve fortes conseqüências na sucessão russa, causando queda livre na popularidade de Boris Yeltsin e levando Vladimir Putin ao poder. A reportagem continua fazendo comparações entre Lula e outros presidentes europeus e estanca por aí.

As conexões de Angela Balakrishnan para a composição da matéria são fracas e o resultado, em conseqüência, ruim. O mais interessante no material são os comentários feitos pelos leitores do The Guardian.

Um leitor identificado pela alcunha BeardedSocialist, classifica Lula como um “bom presidente socialista, que provou o valor das políticas pragmáticas do socialismo”. Clássica análise de quem ainda pensa que Lula e PT são de esquerda.

O leitor Grinch ressalta uma característica muito peculiar do nosso presidente, o gosto pela bravata. Cita o Grinch: “Meu momento favorito do Lula foi quando, na conferência do G7, no fim dos anos 90 (eles, graciosamente, permitiram que alguns dos países em desenvolvimento participassem da reunião como “observadores”), disse a todos os homens brancos em seus ternos que seria melhor expandir as vagas do G7, pois, em 30 anos, cinco entre estes sete grandes países poderiam perder suas vagas ali. Brasil, Rússia, Índia e China (ao lado dos Estados Unidos) estariam pleiteando o espaço”.

Na seqüência, offshorepup faz um aparte pedindo mais calma nesta hora: “...enquanto todo mundo aqui neste blog canta seu contentamento com suas tendências esquerdistas, estou certo que ignoram os escândalos de corrupção nos quais ele está envolvido”.

O comentário causou a revolta de um petista inglês, ou, de um brasileiro leitor do The Guardian. Trata-se do leitor autodenominado farofa, podia ser pizza. Segundo ele, “nenhuma das Comissões Parlamentares de Inquérito desvendou qualquer envolvimento de Lula em casos de corrupção”. E foi além: “E estas comissões são ferramentas da oposição, que vêm à tona com propósitos eleitoreiros e apoio maciço da mídia”.

O contragolpe veio rápido com o comentário de nbonaparte, quase um tucano inglês, ou, um leitor brasileiro do The Guardian, again... “Você diz que são ferramentas da oposição, mas até onde sabemos o PT e seus aliados têm grande influência sobre estas comissões”. Farofa, obviamente, retrucou, e nbonaparte deu o retorno e assim por diante, enjoativamente.

Segundo nena51, o Partido da Mídia Golpista (PIG) não entende como Lula pode manter índices de aprovação de 70%. Esquece a leitora que Hitler alçou o poder pelo voto popular e manteve-se lá com apoio do povo durante muitos anos. Não, não, não! Não estou fazendo uma comparação entre Hitler e Lula. Estou apenas sugerindo que apoio popular nem sempre é sinônimo de sapiência.

Segundo biba100mejico, Lula é, provavelmente, “o mais efetivo líder mundial na atualidade”. Um inglezinho apelidado brazobserver – ou (novamente) um brasileiro leitor do jornal inglês – diz que “Lula é um populista que está fazendo um trabalho melhor que o esperado (embora pior que o que faria a oposição) e está aproveitando alguns benefícios de longo prazo deixados por seu antecessor”.

Com chave de ouro, finalizo com a análise arguta do leitor ianrthorp, para quem o principal aspecto a ser analisado sobre Lula é a sua altura. Diz ele: “Napoleão era baixo e a despeito de ter sido mais belicista que Bush, todos o amam. Churchill era baixo e era popular apesar de ter virado as tropas contra seu próprio povo. Sarkozy é baixo e está ganhando reputação por uma não totalmente merecida competência. Alexandre, o Grande era baixo e foi um dos grandes heróis da civilização ocidental. George W. Bush e Gordon Brown estão acima da altura média. Tony Blair tem mais de um metro e oitenta. Jaques Chirac é bastante alto. Hitler tinha altura mediana, mas liderou uma raça alta. Líderes mundiais deveriam ter altura máxima abaixo de um e oitenta. Barak Obama tem mais de um e noventa. Que merda”.

1 comentário:

Alice Salles disse...

Me matei de rir desses comentarios!