A biofarmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, cuja luta deu origem à Lei Maria da Penha – sancionada pelo presidente Lula em 2006, esteve em Campo Grande (MS) no dia 27 de novembro participando do seminário “Maria da Penha: história de luta que inspirou a Lei”, promovido pela Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Após o evento, que reuniu cerca de 500 pessoas no plenário do legislativo estadual, pude fazer uma rápida entrevista com ela focando o papel da imprensa no combate à violência doméstica contra a mulher e sobre a forma como a tevê trata a figura feminina no Brasil.
Como a senhora analisa o papel da imprensa no combate à violência contra a mulher?
Acho que a imprensa é muito importante para levar informação para as mulheres que moram em lugares mais distantes, mulheres que não têm a felicidade de ter em sua cidade a implementação concreta da lei (Lei Maria da Penha). É importante para informar esta mulher, para levá-la a seu orientar, para saber sobre os seus direitos. Eu tenho falado muito pela Radiobras para o alto-amazonas.
A imprensa tem trabalhado esta questão de forma correta?
Eu tenho encontrado um apoio muito bom na imprensa, tanto na falada como na escrita. As revistas femininas têm me procurado. Estive, recentemente, em um encontro da Editora Abril, da revista Cláudia, falando sobre a Lei.
Uma análise do Instituto Patrícia Galvão concluiu que, embora a imprensa considere importante o tema da violência doméstica contra as mulheres, ela quer trabalhar com dados e estatísticas e dá preferência às fontes institucionais. Poucas reportagens usaram como fonte as PLPs (as promotoras legais populares) e mulheres em situação de violência. Isso afasta do noticiário a face mais humana deste problema, ou seja, as próprias mulheres?
Às vezes sim, mas depende do momento, dó veículo e de cada profissional. O fato é que existe uma preocupação da imprensa em divulgar o tema.
Durante o seminário “Democratizar a Comunicação para democratizar a vida social”, realizado em agosto, em Recife, as conclusões apontaram para a necessidade de as mulheres ocuparem ainda mais espaços de produção de conteúdo e representação na comunicação e também de ocupar espaços de tomada de decisão política neste setor. O que a senhora pensa disso?
Elas estão procurando estes espaços, assim como também estão fazendo isso na política. Mas, ainda é muito pouco em relação aos homens. Uma mulher que tem filhos pequenos e não tem com quem deixá-los, ela opta por se dedicar à família, deixando de fora a vida profissional, até a possibilidade de ela ser uma parlamentar, de atuar no movimento das mulheres. Nesta conjuntura a mulher ainda fica limitada.
Como a senhora analisa a abordagem da figura feminina na tevê?
Olha, em relação às novelas, inclusive esta que está passando agora (“A Favorita”, da Rede Globo), eu faço uma crítica, pois a violência doméstica, do homem contra a mulher, acontece daquela maneira, mas a resposta que a novela está dando não é aquela.
Como assim?
Deveriam mostrar que aquela mulher (a personagem Catarina, vivida pela atriz Lília Cabral) deveria procurar uma delegacia e garantir seus direitos. Mulher que sofre violência doméstica do jeito que aquela mulher sofre na novela tem que procurar seus direitos.
Como a senhora analisa o papel da imprensa no combate à violência contra a mulher?
Acho que a imprensa é muito importante para levar informação para as mulheres que moram em lugares mais distantes, mulheres que não têm a felicidade de ter em sua cidade a implementação concreta da lei (Lei Maria da Penha). É importante para informar esta mulher, para levá-la a seu orientar, para saber sobre os seus direitos. Eu tenho falado muito pela Radiobras para o alto-amazonas.
A imprensa tem trabalhado esta questão de forma correta?
Eu tenho encontrado um apoio muito bom na imprensa, tanto na falada como na escrita. As revistas femininas têm me procurado. Estive, recentemente, em um encontro da Editora Abril, da revista Cláudia, falando sobre a Lei.
Uma análise do Instituto Patrícia Galvão concluiu que, embora a imprensa considere importante o tema da violência doméstica contra as mulheres, ela quer trabalhar com dados e estatísticas e dá preferência às fontes institucionais. Poucas reportagens usaram como fonte as PLPs (as promotoras legais populares) e mulheres em situação de violência. Isso afasta do noticiário a face mais humana deste problema, ou seja, as próprias mulheres?
Às vezes sim, mas depende do momento, dó veículo e de cada profissional. O fato é que existe uma preocupação da imprensa em divulgar o tema.
Durante o seminário “Democratizar a Comunicação para democratizar a vida social”, realizado em agosto, em Recife, as conclusões apontaram para a necessidade de as mulheres ocuparem ainda mais espaços de produção de conteúdo e representação na comunicação e também de ocupar espaços de tomada de decisão política neste setor. O que a senhora pensa disso?
Elas estão procurando estes espaços, assim como também estão fazendo isso na política. Mas, ainda é muito pouco em relação aos homens. Uma mulher que tem filhos pequenos e não tem com quem deixá-los, ela opta por se dedicar à família, deixando de fora a vida profissional, até a possibilidade de ela ser uma parlamentar, de atuar no movimento das mulheres. Nesta conjuntura a mulher ainda fica limitada.
Como a senhora analisa a abordagem da figura feminina na tevê?
Olha, em relação às novelas, inclusive esta que está passando agora (“A Favorita”, da Rede Globo), eu faço uma crítica, pois a violência doméstica, do homem contra a mulher, acontece daquela maneira, mas a resposta que a novela está dando não é aquela.
Como assim?
Deveriam mostrar que aquela mulher (a personagem Catarina, vivida pela atriz Lília Cabral) deveria procurar uma delegacia e garantir seus direitos. Mulher que sofre violência doméstica do jeito que aquela mulher sofre na novela tem que procurar seus direitos.
1 comentário:
Eu já tive a oportunidade de conhecer a dona Maria da Penha. Pessoa fabulosa!
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