Semana On

domingo, 9 de novembro de 2008

Internet e política

“Creio que será transcendente para o mandato de Obama (o papel da internet na campanha). O fato de ter recolhido a imensa maioria do dinheiro pela internet através de pequenas contribuições converte-o no primeiro presidente que não depende de lobbies, de pressões nem dos interesses daqueles que habitualmente financiam as campanhas. Bush recebeu dinheiro da Exxon Mobil e agora esta empresa está a ponto de perfurar as costas e o Alaska. Recebeu dinheiro das indústrias armamentista e de abastecimento e inventou duas guerras. Recebeu dinheiro das seguradoras e das empresas farmacêuticas e criou uma lei para rebaixar as responsabilidades das mesmas, freando a difusão de um seguro mais barato. Enfim, há uma dependência direta entre quem financiam a campanha e como atua o presidente. Este é um presidente que, em princípio, não deve nada a ninguém.”

De Pere-Oriol Costa, em interessantíssima entrevista ao jornal La Vanguardia, onde analisa o papel da internet na política a partir da campanha para a presidência dos Estados Unidos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Você realmente acredita nisso?
É que estou fazendo uma pesquisa pessoal sobre o que os jornalistas divulgam, sabem, acham, desconfiam, escondem, omitem, investigam, confirmam, etc... (Me refiro à verticalidade na investigação dos fatos divulgados)
E me espanta, pois, o quanto andam "aceitando" e repassando as tantas informações plantadas sobre Barack Obama, talvez "inocentemente" na esperança de ter esperança de que algo possa mudar a partir de agora.
Você viu que ele escolheu como chief of staff o Rahm Emanuel? Você não acha que já é um bom indício de que algo não cheira muito bem nessa história de good guy como ele tem sido pintado? E que o McCain foi "muito bem selecionado" para perder fácil essa eleição?
Só estou falando isso por ter gostado de seu blog e por considerá-lo bastante bem informado em tantos assuntos, assim, gostaria de entender se você está sendo mesmo sincero e honesto ao divulgar esse tipo de "afirmação": de que ele "não depende de lobbies" e "em princípio, não deve nada a ninguém"(?)(Afinal, basta investigar bem pouco para saber que foi a campanha mais astronomicamente cara da história! E o grosso desse dinheiro não veio de pequenas contribuições pessoais via internet como querem nos fazer acreditar.)
Enfim, só como provocação, repito a pergunta: Você realmente acredita nisso?

No mais, parabéns pelo blog!

Barone disse...

Olá e obrigado por participar.

Veja, por costume duvido de tudo que vejo e ouço a respeito dos interesses que guiam as ações dos mandatários, sejam eles de direita, centro ou esquerda. A afirmação contida no trecho que reproduzi, de Pere-Oriol Costa, é otimista. Confesso que não tenho informações aprofundadas sobre as contribuições que Obama recebeu, mas a tese que circula na mídia é que as de pequeno porte foram responsáveis pelo alavancamento de sua campanha. Não sei se esta afirmação procede ou não (se você tiver alguma fonte neste sentido, por favor compartilhe). De qualquer forma, não creio que, na atual configuração da democracia representativa, um político se eleja sem se comprometer com este ou aquele setor da sociedade, excluindo outros.

Grande abraço e volte.

OBS: Você não se apresentou.