A um toque das mãos ter as pessoas,
poder ver na vida delas nossa vida continuada.
Pioneiras que antes de todos foram ao fundo
e dele regressaram com avisos, precauções.
A um toque das mãos ter as pessoas,
ser feliz com elas enquanto transitam –
estendendo a fronteira de nossa alegria
às ruas onde não eram aceitos os nossos passos.
A um toque, para o bem ou para o mal –
ter algo quebrado quando se embrutecem,
ser ferido quando se atracam,
quando se estilhaçam, ter algo partido.
A um toque das mãos ter as pessoas,
poder viver nelas o que não nos foi possível –
em seus pulmões o ar que nos foi recusado.
Seus sonhos e os nossos em uma mesma sala.
A um toque das mãos ter as pessoas,
ver nossa vida em suas vidas continuada.
Belíssimo poema de L. Rafael Nolli
2 comentários:
Olá, Barone! Vim aqui retribuir a visita e fiquei muito feliz em ver o meu poema por aqui! Agradeço pelo espaço! Aproveitei e li o teu texto sobre a imparcialidade da mídia. É um assunto que me interessa muito - concordo contigo, não há imparcialidade, e muitas vezes, jornalistas que se dizem imparciais estão escrevendo antenado com o sistema vigente, validando ele!
Gostei! Abraços!
Oi Rafael, gostei muito da sua poesia (não só essa, mas outras que tive a oportunidade de ler no blog). Vamos manter contato.
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