Ditaduras não são privilégios de pensamentos de esquerda ou de direita. A história nos mostra exemplos de ditaduras dos mais variados matizes ideológicos. Ditaduras são, isso sim, resultado da intolerância e da fome de poder, do desejo nefasto - desenvolvido nesta interessante espécie que domina o planeta - de impor aos demais seus códigos morais e éticos. E isso ocorre com destros e canhotos.
É óbvio que a crítica que se faz à esquerda tem procedência. Afinal, todas as suas experiências práticas desaguaram em totalitarismos nefastos, indesculpáveis. A noção de ditadura do proletariado caiu por terra. Ficou muito claro o que sustentavam os velhos anarquistas, a idéia de que o socialismo não se impõe goela abaixo via conquista do Estado. É curioso observar que muitos discursos atuais - tanto de vertente socialista quanto neoliberal - usam resquícios do pensamento libertário: entre eles a autogestão, a radicalização da democracia etc.
O fracasso do dito socialismo real, no entanto, de forma alguma condena o pensamento socialista, em sua essência, aos patamares mais esquecidos e empoeirados da prateleira das ideologias abandonadas. Muitos valores seus podem ser resgatados e aplicados para o avanço das sociedades.
E a direita? Esta máquina que se reinventa e sobrevive a cada cataclisma. Bem, o neoliberalismo está aí, vivo. Não creio que a atual crise prenuncie o seu fim. Pelo contrário. Isso quer dizer que se trata de um bom sistema político-econômico? Respondo com uma afirmação: nenhum sistema político-econômico que leve seus dirigentes a despejarem bilhões de dólares para salvar a si mesmo (o sistema) quando se recusa a fazer o mesmo para oferecer melhor saúde, educação, moradia e cultura a população pode ser considerado sadio.
O pensamento de direita - o neoliberalismo, o capitalismo que seja - está longe de ser uma boa opção, assim como a democracia representativa nos moldes atuais também não resolve a vida de ninguém - a não ser dos que se contentam com o “menos pior” e com deixar nas mãos de terceiros as construções sociais.
Penso que vivemos um período interessantíssimo da história e o que vai surgir daqui para frente não ouso imaginar. Mas gosto de pensar que podemos misturar liberdade e igualdade de forma a expurgarmos de nossas sociedades as mazelas primais que nos assolam enquanto espécie - fome e ignorância - sem perdermos o direito de escolhermos o que é bom ou ruim para nós mesmos.
Victor Barone
É óbvio que a crítica que se faz à esquerda tem procedência. Afinal, todas as suas experiências práticas desaguaram em totalitarismos nefastos, indesculpáveis. A noção de ditadura do proletariado caiu por terra. Ficou muito claro o que sustentavam os velhos anarquistas, a idéia de que o socialismo não se impõe goela abaixo via conquista do Estado. É curioso observar que muitos discursos atuais - tanto de vertente socialista quanto neoliberal - usam resquícios do pensamento libertário: entre eles a autogestão, a radicalização da democracia etc.
O fracasso do dito socialismo real, no entanto, de forma alguma condena o pensamento socialista, em sua essência, aos patamares mais esquecidos e empoeirados da prateleira das ideologias abandonadas. Muitos valores seus podem ser resgatados e aplicados para o avanço das sociedades.
E a direita? Esta máquina que se reinventa e sobrevive a cada cataclisma. Bem, o neoliberalismo está aí, vivo. Não creio que a atual crise prenuncie o seu fim. Pelo contrário. Isso quer dizer que se trata de um bom sistema político-econômico? Respondo com uma afirmação: nenhum sistema político-econômico que leve seus dirigentes a despejarem bilhões de dólares para salvar a si mesmo (o sistema) quando se recusa a fazer o mesmo para oferecer melhor saúde, educação, moradia e cultura a população pode ser considerado sadio.
O pensamento de direita - o neoliberalismo, o capitalismo que seja - está longe de ser uma boa opção, assim como a democracia representativa nos moldes atuais também não resolve a vida de ninguém - a não ser dos que se contentam com o “menos pior” e com deixar nas mãos de terceiros as construções sociais.
Penso que vivemos um período interessantíssimo da história e o que vai surgir daqui para frente não ouso imaginar. Mas gosto de pensar que podemos misturar liberdade e igualdade de forma a expurgarmos de nossas sociedades as mazelas primais que nos assolam enquanto espécie - fome e ignorância - sem perdermos o direito de escolhermos o que é bom ou ruim para nós mesmos.
Victor Barone
1 comentário:
Victor, eu tenho pensado muito nisso ultimamente, nos sistemas que comandam e "organizam" nossa sociedade atualmente e anteriormente na historia e devo concordar com cada palavra que voce disse, alem de tambem esperar avida pelo o que esta por vir em relacao a politica nessa nova era... espero que alguem venha com alguma ideia brilhante, porque nada foi provado funcionar... nada!
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