Há coisas no Brasil que ficam escondidas debaixo do tapete sem que a sociedade tenha conhecimento. Assuntos de âmbito das forças armadas, por exemplo, estão sempre cobertos por uma manta invisível, através da qual não se pode enxergar muito bem. São detalhes de uma leitura social do Brasil que relegam os militares ao nível das sociedades secretas embaraçadas na teia social fomentando valores e verdades esquecidas no tempo.
Conversando neste final de semana com um rapaz, ex-aluno do Colégio Militar de Campo Grande (MS), fiquei sabendo – sim, para mim foi novidade – que os professores desta instituição referem-se ao Golpe de 64 como Revolução Democrática e que a simples menção à palavra ditadura causa reações adversas ao aparelho digestivo destes mestres.
É claro, não esperava que uma instituição como o Colégio Militar abordasse o tema sob o ponto de vista da esquerda de antanho, mas, dada a excelência que se atribui ao ensino oferecido nos Colégios Militares, imaginei em minha inocência que hoje em dia o tema fosse abordado com isenção nestes estabelecimentos.
Afinal, faz parte da “missão” do Colégio Militar (segundo os seus sites) “Desenvolver no aluno a visão crítica dos fenômenos políticos, econômicos, históricos, sociais e científico-tecnológicos, objetivando-os, pois, a aprender para a vida e não mais, simplesmente, para fazer provas”.
Ao que parece esta atribuição é só para “inglês ver”. Pergunto: que tipo de cidadão está sendo formado nos Colégios Militares? É de dar medo.
Victor Barone
1 comentário:
Para ingles ver mesmo. E parece que e so para isso, porque cidadao como esses que estao sendo formados no Colegio Militar nao formam uma democracia.
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