No momento em que o STF está na iminência de votar a obrigatoriedade (ou não) de um diploma específico para o exercício do jornalismo, e aproveitando que sigo aqui pela Argentina, procurei consultar jornalistas amigos para saber como a questão é tratada aqui.
Pasmem: para ser jornalista na Argentina não é preciso nem sequer um diploma universitário. Isso mesmo, qualquer um, de qualquer área. Basta, apenas, comprovar que se trabalha (ou se trabalhou) na profissão, inclusive em atividades correlatas _como diagramador ou fotógrafo, por exemplo.
Radical demais, mas não deixa de colocar uma boa pitada nesta discussão. Afinal, que atire a primeira pedra quem considera _e pode sustentar essa opinião com argumentos sólidos_ o jornalismo brasileiro superior ao argentino. No mínimo, diria que estão no mesmo nível (sendo benevolente conosco, para dizer a verdade).
O fato de não existir exigência de diploma não significou o fim da carreira como uma disciplina acadêmica, pelo contrário. No país, há centenas de opções de cursos (que duram os mesmos quatro anos que os cursos brasileiros). E estas faculdades estão cheias de gente em busca de informação que possa auxiliar seu trabalho futuramente nas redações.
Entrementes, no Brasil, a Fenaj segue sua campanha pró-diploma sustentada no fragilíssimo pilar da regulamentação. Ora, a regulamentação nada tem a ver com o diploma em si, mas sim com metodologias de acesso e controle profissional que muito bem poderiam ser supridas por um órgão que fiscalize as práticas dos jornalistas militantes (especificamente no campo da ética).
Como vimos, as faculdades de jornalismo não acabaram nem perderam alunos apenas porque um diploma não é necessário para se trabalhar na profissão. O caso argentino prova isso e derruba mais uma das bobagentas argumentações dos que defendem a obrigatoriedade de um pedaço de papel para exercer esta função altamente técnica.
Alec Duarte, jornalista (WebManário)
1 comentário:
Nossa, os Argentinos ja deram um olê em nós brasileiros há muito tempo atrás!
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