Semana On

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Nunca fui de rimar

a vela chama os segundos, os minutos que chegam pra se entoar a canção -
a chama da vela reflete na caneca, o café, a mesa e o pão --
e se em cada canto, em cada manto existisse um olhar que disesse não
seria o fim, não só o estopim que partilharia essa dor, essa mágua, a falta de...

reação.

se o dia estivesse e se fizesse rápido como águia, feroz como um leão
os prédios engoliriam fogo, armas e armas, fatigas de se tanto esperar por qualquer algo
qualquer algo!
então --
estaríamos quietos, a sombra em um deserto, acalmando os incertos
semeando chuva nesse verão.
catando no campo de ouro, com os olhos de alegria, esse brilhante algodão -
e o usaríamos como moeda, num caminho que não conheceria perda nem batalhas internas,

que não prestasse contas nem precisasse de perdão...

Alice Salles

2 comentários:

Ines Mota disse...

...muy hermosa!!!

Alice Salles disse...

Nossa!!!
Que emocao!